Síndrome de Novembro: Psicóloga explica cansaço de fim de ano e como aliviar

Bahia
Síndrome de Novembro: Psicóloga explica cansaço de fim de ano e como aliviar
Igor Vetushko

Com o ano letivo e o calendário profissional se aproximando do fim, cresce a sensação de sobrecarga física e, principalmente, emocional. O acúmulo de metas a cumprir, demandas profissionais e a intensa agenda social de festas e compromissos familiares transformam o período em um desafio de resistência mental. A psicóloga Mayrla Pinheiro, especialista da Hapvida, explica que essa fadiga de final de ciclo é real e orienta como identificar e aliviar o peso antes que ele se transforme em um esgotamento severo.

“O fim de ano acumula a pressão de fechar ciclos (trabalho e metas anuais) com a alta demanda social e familiar (festas, presentes e eventos), gerando uma sobrecarga de tarefas e expectativas”, explica a especialista.

Esse somatório de exigências tem sido informalmente chamado de “síndrome de novembro”, um termo que, embora não seja um diagnóstico clínico formal, descreve com precisão a exaustão sentida por muitos. “É a soma da exaustão acumulada ao longo do ano com a pressão final para dar conta de tudo antes da pausa”, destaca Mayrla Pinheiro.

Diferenciando Fadiga Física e Esgotamento Emocional

Enquanto o cansaço físico pode ser revertido com uma boa noite de sono, a fadiga emocional, o principal sintoma da síndrome de novembro, apresenta sinais mais duradouros e profundos. O corpo e a mente dão sinais claros de que estão no limite e pedem uma pausa:

  • Irritabilidade constante e sem motivo aparente.
  • Dificuldade de concentração em tarefas rotineiras.
  • Perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas.
  • Sensação persistente de estar “no limite”, mesmo após períodos de descanso.

“Quando isso acontece, é o corpo pedindo uma pausa real. Ignorar esses sinais pode levar a um esgotamento, enfraquecer o sistema imunológico e comprometer até os momentos que deveriam ser de alegria e celebração”, alerta a psicóloga da Hapvida.

Estratégias para Aliviar a Sobrecarga Antes das Férias

A especialista orienta que pequenas mudanças de atitude na rotina podem fazer uma grande diferença para combater a exaustão acumulada. O descanso, segundo ela, deve ser tratado como um compromisso ativo e não apenas como algo que acontece por acaso.

1. Priorização e Delegação: A dica principal é aprender a focar no essencial. “Priorize tarefas essenciais, delegue o que puder – em casa e no trabalho – e reserve pequenos blocos de tempo, de 15 minutos, apenas para respirar ou fazer algo que lhe dê prazer”, orienta Mayrla.

2. Atenção Plena e Equilíbrio: A prática da atenção plena (mindfulness) ajuda a reduzir a ansiedade. “Focar em uma atividade de cada vez, mesmo as mais simples, como tomar um café ou lavar a louça, ajuda a ancorar a mente no presente e reduzir a ansiedade”, explica. O sono e a alimentação de qualidade são a base para o equilíbrio emocional, pois fornecem a energia estável necessária para o cérebro lidar com o estresse.

3. Desconexão Ativa: Para que as férias sejam verdadeiramente restauradoras, é preciso intenção. O descanso verdadeiro exige se desconectar das obrigações e dos estímulos que causam estresse. Para quem tem dificuldade em se desligar do trabalho, a recomendação é estabelecer limites claros antes da pausa. “Defina horários específicos para checar e-mails – por exemplo, 15 minutos no primeiro dia – e, fora desse tempo, guarde o celular em outro cômodo. O descanso precisa ser um compromisso ativo”, recomenda.

A psicóloga Mayrla Pinheiro conclui ressaltando a importância da autogentileza. “Lembre-se de que você é mais do que sua produtividade. Seu valor não está no quanto você faz, mas em quem você é. Permita-se ser gentil consigo mesmo agora; você merece esse cuidado antes mesmo das férias chegarem”.

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