Blocos afros desfilam na Micareta de Feira com apoio do Ouro Negro

A tradição e a resistência da cultura afro-brasileira ganharam protagonismo na Micareta de Feira de Santana 2025. Ao todo, 14 entidades culturais de matrizes africanas vão passar pelas avenidas da cidade até domingo (4), fortalecendo o espaço das manifestações populares negras no maior carnaval fora de época do país. O investimento total do Governo do Estado destinado à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA), para a folia deste ano, foi de R$ 8 milhões.
O fortalecimento desses blocos é garantido pelo Programa Ouro Negro, uma iniciativa da Secult-BA, em parceria com a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi). O programa tem como objetivo apoiar financeiramente blocos afros, de afoxés, sambas, reggaes e blocos de inspiração indígenas que participam de festas populares e do Carnaval baiano.
Uma das atrações contempladas pelo Ouro Negro, foi o Cortejo Moviafro, um dos representantes desta celebração, que desfilou na tarde deste sábado (4) pelo circuito Maneca Ferreira, com cerca de 200 participantes. Segundo Val Conceição, coordenador do cortejo, sem o apoio do Governo do Estado, o movimento não teria condições de desfilar na Micareta.
“É um reconhecimento do valor cultural, histórico e social das manifestações negras. Não encontramos apoio dos grandes empresários, das grandes entidades. Então, essa parceria se torna única e fundamental”, reforçou.
De acordo com o secretário estadual de Cultura, Bruno Monteiro, o Ouro Negro é um dos pilares da valorização da diversidade cultural no estado.
“O programa está presente em mais uma edição da Micareta de Feira garantindo a conexão dessa festa, que já é um patrimônio cultural da Bahia e do Brasil, com a ancestralidade, garantindo não só recursos, mas também visibilidade e respeito às tradições de matriz africana, aos afoxés, blocos de samba e de reggae”, afirmou.
Este ano, o investimento total do Governo do Estado na infraestrutura da Micareta é de R$ 26 milhões, sendo R$ 7,5 milhões destinados à contratação de atrações artísticas, apoio aos blocos afros e instalação de um palco especial para artistas locais – o Palco Bel da Bonita. Com música, dança e ancestralidade, os blocos afros reafirmam na festa o papel central da cultura negra na construção da identidade baiana.
O Palco Bel da Bonita, inclusive, é uma das novidades desta edição da Micareta. Instalado em homenagem a uma das maiores cantoras de Feira de Santana, o espaço é voltado à promoção de artistas da região, ampliando ainda mais a diversidade e o alcance da festa.
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