VLT de Salvador transforma a vida de pescadoras com cursos e vendas para hotéis

Mais que um modal de transporte, o VLT de Salvador está se tornando um motor de transformação social no Subúrbio Ferroviário. Através de um projeto de capacitação profissional, pescadores, marisqueiras e pequenos empreendedores de bairros como Plataforma, Paripe e Gamboa estão sendo treinados para comercializar seus produtos em grandes mercados — e até em redes hoteleiras da Bahia.

O trabalho é fruto de uma parceria entre a Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB), o Instituto Orí e o Consórcio Expresso Mobilidade Salvador, por meio do Projeto de Trabalho Social (PTS) que acompanha as obras do VLT.

Uma das beneficiadas é Rosana Araújo, pescadora há 19 anos, que hoje já produz e vende bolinhos de sardinha feitos com matéria-prima de qualidade. “Com essa formação, vou colocar meus bolinhos no mercado com mais valor e estrutura”, comemora Rosana, da Colônia Z67, em Paripe.

O projeto atende 240 profissionais, especialmente mulheres, com cursos de beneficiamento, técnicas de resfriamento e aproveitamento integral do pescado. Com as escamas e partes rejeitadas da sardinha, os trabalhadores aprendem a produzir biojoias e arranjos florais, agregando valor e ampliando as fontes de renda.

Além disso, os capacitados já começaram a fornecer seus produtos para o mercado formal. Um exemplo é a entrega de 1.400 quilos de sardinha para uma rede hoteleira baiana, com previsão de fornecer mais uma tonelada até dezembro.

Segundo Eracy Lafuente, presidente da CTB, o foco está na autonomia dos trabalhadores. “Eles serão responsáveis por gerir a nova Unidade de Beneficiamento de Pescados. Estamos criando um ecossistema sustentável com inclusão social e geração de renda.”

Os produtos desses empreendedores também terão espaço garantido no novo Mercado São Brás, que será integrado ao trajeto do VLT, criando um corredor de mobilidade e economia solidária para toda a Região Metropolitana de Salvador.