Vale do Capão lota para abertura do Capão in Blues 2025 na Bahia

A segunda edição do Capão in Blues, festival internacional, abriu suas portas com uma noite memorável no Vale do Capão, na Chapada Diamantina, Bahia. Mesmo sob baixas temperaturas e chuva, a energia do público, composto por moradores e turistas, lotou a praça da vila nesta quinta-feira, 20 de novembro, feriado da Consciência Negra, transformando a abertura em uma celebração vibrante de música e comunidade.
O festival, que já se consolida como uma experiência cultural única, iniciou os trabalhos com a apresentação da multiartista chapadense Calu Manhães, acompanhada pelo Candombá Blues Dab (CBD). Eles trouxeram uma fusão potente de raiz brasileira com o blues, aquecendo a audiência. Calu Manhães destacou a honra de se aprofundar no gênero e de se apresentar justamente no Dia da Consciência Negra, representando a ancestralidade e a força local.
Internacional e Ancestralidade no Palco
Em seguida, a força do blues contemporâneo tomou conta do palco com a performance intensa da norte-americana Alma Thomas, acompanhada pela talentosa pernambucana Uptown Band. A técnica impecável e a energia cênica de Alma cativaram o público, que seguiu firme e encantado. A vocalista da Uptown Band, Adriana Papalelo, expressou a honra da banda em estrear no evento, trazendo o “blues pernambucano” para o Vale do Capão.
O encerramento da primeira noite foi histórico e profundamente emocionante: a lendária Rosa Marya Colin, prestes a completar 80 anos, arrebatou a plateia. Com uma voz vigorosa e uma presença de palco inesquecível, ela, ao lado do gaitista Jefferson Gonçalves, entregou um show que celebrou a essência do blues.
Rosa Marya Colin fez questão de ressaltar a origem popular do blues, comparando-a ao samba. “O blues tem a mesma origem do samba, veio lá da pobreza, lá dos lamentos”, disse a artista, emocionada por se apresentar no coração da natureza do Capão e neste dia tão significativo. Jefferson Gonçalves, um dos nomes recorrentes no festival, celebrou o retorno e a “mistura de música de qualidade” que o evento promove.
Festival que Cresce e Move a Economia Local
O Capão in Blues não é apenas um festival de música; é um motor de desenvolvimento local. Segundo o empresário Ildázio Tavares Jr., um dos idealizadores, o projeto cresceu de duas para mais de 300 pessoas envolvidas, destacando o caráter colaborativo do evento. Ele afirmou: “Não existe obra de um homem só. Ver o que está acontecendo… são exatamente 150 pessoas envolvidas entre artistas, técnicos, mídias sociais. Tenho certeza que vem o ano 3, 4, 5”.
A curadoria, assinada por Eric Assmar, guitarrista e pesquisador, refletiu a potência da noite de estreia. Assmar destacou a interação do público, que permaneceu receptivo mesmo sob chuva. Ele enfatizou o momento emocionante do encerramento com Rosa Marya Colin: “A gente via nos olhares das pessoas a emoção de estar contemplando aquela performance maravilhosa dessa mulher que, em plena noite da Consciência Negra, traz consigo a ancestralidade, a força da mulher negra, mas isso tudo com muita leveza, com muita autenticidade”.
Com programação gratuita e integrada à deslumbrante paisagem da Chapada Diamantina, o festival cresceu 50% em relação à primeira edição. Este crescimento impulsiona a economia criativa, fortalece fornecedores locais, incentiva o turismo sustentável e posiciona o Vale do Capão como um polo cultural em expansão. O evento é realizado pelo Grupo A TARDE, A TARDE FM e Viramundo Produções, com produção executiva da Trevo Produções, e conta com apoio e patrocínio do Governo da Bahia (Fazcultura) e da Dax Oil.



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