Vacina da dengue do Butantan começa a ser aplicada em janeiro

Ministério da Saúde investe R$ 368 milhões na primeira vacina de dose única contra a dengue, desenvolvida no Brasil

Brasil Notícias
Vacina da dengue do Butantan começa a ser aplicada em janeiro
Foto: João Risi/ Ministério da Saúde

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assinou na última sexta-feira (19), em São Paulo, o contrato para a aquisição das primeiras doses da vacina contra a dengue produzida pelo Instituto Butantan. O investimento inicial é de aproximadamente R$ 368 milhões e marca o início da implementação do imunizante no Sistema Único de Saúde (SUS).

A vacina, chamada Butantan-DV, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no início do mês e entrou para a história como o primeiro imunizante contra a dengue em dose única no mundo. O produto foi desenvolvido para aplicação em pessoas de 12 a 59 anos.

Entrega inicial e cidades-piloto

Nos próximos dias, o Instituto Butantan deve entregar 300 mil doses ao Ministério da Saúde. Elas serão utilizadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) para vacinar voluntários que participaram dos estudos clínicos e moradores de cidades-piloto como Botucatu (SP) e Maranguape (CE). Há ainda a possibilidade de inclusão de Nova Lima (MG), onde será avaliada a vacinação em massa da população.

A expectativa do ministério é que a aplicação das primeiras doses ocorra entre os dias 17 e 18 de janeiro.

Ampliação da vacinação no SUS

Até o fim de janeiro, o Butantan deverá entregar mais 1 milhão de doses, que serão destinadas principalmente aos profissionais da Atenção Primária à Saúde, como equipes das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e agentes que realizam visitas domiciliares.

Segundo Padilha, conforme novas remessas forem entregues, a vacinação será ampliada ao público geral, começando por adultos de 59 anos e avançando gradualmente até os jovens de 15 anos.

Segurança e eficácia comprovadas

Durante a assinatura do contrato, o ministro reforçou a segurança e eficácia da vacina. Dados dos estudos clínicos mostram que a Butantan-DV apresentou 74,7% de eficácia global contra a dengue sintomática, além de 89% de proteção contra formas graves da doença. Nenhum vacinado precisou ser hospitalizado por dengue.

A vacina utiliza a tecnologia de vírus vivo atenuado e foi desenvolvida a partir de uma parceria entre o Instituto Butantan e a empresa chinesa WuXi Vaccines. A expectativa é de que até 30 milhões de doses sejam entregues ao Ministério da Saúde até o segundo semestre de 2026.

Combate à dengue continua sendo essencial

Apesar do avanço com a vacinação, o Ministério da Saúde alerta que o combate aos criadouros do mosquito Aedes aegypti continua sendo fundamental. A dengue é transmitida pelo mosquito e pode causar sintomas como febre alta, dores no corpo, manchas vermelhas e, em casos graves, levar à morte.

“A vacina é uma arma poderosa, mas não substitui as ações diárias de prevenção”, reforçou o ministro.

No ano passado, o Brasil registrou 6,5 milhões de casos prováveis de dengue, número quatro vezes maior que o de 2023. A chegada da vacina nacional representa um marco histórico no enfrentamento da doença e um avanço estratégico para a saúde pública brasileira.

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