Uso de aeronave liga políticos baianos a Augusto Lima do Banco Master

O vice-presidente do União Brasil e pré-candidato ao governo da Bahia, ACM Neto, e o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), usaram um helicóptero emprestado por Augusto Lima, ex-CEO do Banco Master, para cumprir uma agenda oficial no interior do estado. As informações são da coluna Andreza Matais. A viagem ocorreu apenas dois dias antes de Lima ser preso pela Polícia Federal (PF) na Operação Compliance Zero.
O uso da aeronave — que levou os políticos para a cidade de Conceição do Coité, a 200 km de Salvador, para participar do evento Natal Luz — expõe a relação de proximidade entre os políticos baianos e o executivo.
O vínculo com a fraude bancária
Augusto Lima foi preso preventivamente, juntamente com Daniel Vorcaro, dono do Banco Master. Ambos são suspeitos de operar um esquema bilionário de fraude bancária, que envolvia a criação e emissão de títulos de crédito falsos, ou sem lastro real, por instituições financeiras.
- Daniel Vorcaro: Dono do Banco Master, detido no Aeroporto de Guarulhos (SP) na noite de segunda-feira (17/11) ao tentar embarcar em um jatinho privado. A coluna revelou que Vorcaro comprou três jatos no valor total de R$ 258 milhões em apenas dois anos e meio.
- Augusto Lima: Ex-CEO e acusado de ser um dos operadores do esquema, criando associações que teriam dado origem às operações fraudulentas. Investigadores encontraram pilhas de dinheiro em sua casa.
A aeronave foi utilizada por ACM Neto, Bruno Reis e outros aliados, como o ex-ministro da Cidadania, João Roma, e o ex-deputado estadual, Cacá Leão.
Posicionamento da defesa e silêncio dos políticos
Procurados pela reportagem, as assessorias de ACM Neto e do prefeito Bruno Reis não responderam sobre o uso da aeronave emprestada pelo executivo, mantendo o espaço aberto para manifestação.
Já a defesa de Augusto Lima afirmou, por meio de nota, que o cliente recebeu a investigação “com absoluta surpresa”. O advogado Pedro Ivo Velloso alega que Lima se desligou de todas as funções executivas do Banco Master em maio de 2024, e que as operações investigadas são posteriores à sua saída, não tendo, portanto, relação com sua atuação. A defesa confia que a apuração demonstrará a “absoluta inexistência de vínculo” de Lima com as fraudes.



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