Servidores municipais de Salvador fazem nova assembleia contra projeto de reajuste salarial
Categoria está em "estado de greve" e protesta contra proposta de reposição inflacionária de 4,83% enviada pela Prefeitura à Câmara

Após decidirem pelo estado de greve e com os serviços paralisados por 24 horas, os servidores municipais de Salvador realizam nesta quinta-feira (22) uma nova assembleia a partir das 13h, em frente à Câmara Municipal.
O principal objetivo do ato é impedir a votação do projeto de lei que trata da reposição inflacionária nos vencimentos da categoria. Além disso, os trabalhadores pretendem intensificar o diálogo e a sensibilização dos vereadores para que a proposta não seja aprovada nos moldes apresentados pela Prefeitura.
A categoria rejeitou a proposta encaminhada pelo Executivo municipal, que prevê um reajuste de 4,83%, considerado insuficiente para recompor as perdas salariais acumuladas ao longo dos últimos anos.
Outro ponto criticado pelos servidores foi a forma como a proposta foi enviada à Câmara. Segundo o Sindicato dos Servidores e Servidoras da Prefeitura de Salvador (Sindseps), o prefeito encaminhou o projeto sem concluir as negociações com a categoria. De acordo com o sindicato, a proposta inicial da Prefeitura foi de 0%, mantida em diversas rodadas de negociação, e o índice atualmente enviado ao Legislativo não foi acordado com os trabalhadores e já havia sido formalmente rejeitado em assembleia.
Em declaração, o coordenador geral do Sindseps, Magno Braga, criticou a postura do prefeito, relacionando a condução do processo a um momento de crise política pessoal.
“A postura do prefeito demonstra sua incapacidade gerencial. Politicamente, ele até pode ter uma visibilidade midiática impulsionada por seus apoiadores, mas a sociedade vê o quanto ele navega desorientado, com medo das repercussões das investigações policiais que envolvem seu nome. Isso tem feito com que ele gerencie a cidade ‘com o fígado’, e uma de suas retaliações foi novamente impor esse percentual de reposição inflacionária, que está longe de repor nossos salários já destruídos pela defasagem econômica”, afirmou Braga.
A categoria segue mobilizada e promete manter o estado de greve até que haja abertura para negociação efetiva e a reposição salarial atenda minimamente às perdas acumuladas.
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