“Sentimento de realização”, diz Jean Lucas ao citar crescimento no Bahia para chegar à Seleção

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“Sentimento de realização”, diz Jean Lucas ao citar crescimento no Bahia para chegar à Seleção

Jean Lucas concedeu entrevista à CBF TV na tarde desta segunda-feira (1º) para contar um pouco de sua história de vida e detalhar o seu sentimento de estar com a Seleção Principal pela primeira vez. Ele comemorou a convocação e destacou a felicidade de reencontrar velhos amigos na Amarelinha, como Bruno Guimarães, Paquetá, Hugo Souza, Alexsandro, Kaio Jorge e Samuel Lino.

“É um sentimento de realização, somente agradecer a Deus por tudo que vem fazendo na minha vida, ao professor (Ancelotti) e sua comissão pela oportunidade. Reencontrei grandes amigos aqui, já conhecia muitas pessoas, e foi bom para me ambientar bem com o grupo. Estou muito feliz de estar aqui e espero começar a trabalhar logo.”

Sua convocação para a Amarelinha se dá anos depois de muitas dificuldades superadas na infância. Natural do bairro carioca de Campo Grande, o meio-campista de 27 anos lembrou da ajuda dos pais, de quando precisava pegar três conduções para treinar nas categorias de base do Nova Iguaçu e de como teve que “se virar” para transformar o seu sonho de ser jogador em realidade.

“Passei bastante dificuldade, meu pai trabalhava de muitas coisas, hoje zoo que ele era um faz tudo. Ele estava disposto a trabalhar com qualquer coisinha para realizar o meu sonho de ser jogador de futebol. Na época eu estava no Nova Iguaçu e tinha um cara que me pegava em Campo Grande, me levava para Nova Iguaçu e tínhamos que pagar R$ 150 por mês. Na maioria das vezes, meu pai não tinha dinheiro, ficava devendo e deixava para depois, aí eu falei: ‘Deixa, a gente vai se virar aqui, eu vou sozinho’.”

“Comecei a ir para Nova Iguaçu bem novo, tinha 12, 13 anos, e ir de Campo Grande para Nova Iguaçu era um pouco de chão. Eu pegava três conduções, um ônibus, uma van e um trem e andava 40 minutos até o CT, porque eu não tinha dinheiro da passagem, então meu pai e minha mãe já fizeram de tudo. Já venderam roupa, meu pai já vendeu salgado, já fizeram de tudo para realizar o meu sonho de ser jogador de futebol.”

Veja os principais pontos da entrevista:

O que significa para você ter a chance de treinar sob o comando do Carlo Ancelotti?

“Nem nos meus melhores sonhos eu ia imaginar isso. Para mim, ele é o maior treinador da história, que conquistou grandes coisas e treinou o melhor clube do mundo. É uma honra estar aqui tendo essa experiência com ele, já tive o primeiro contato hoje. Ele conversou comigo, me perguntou como eu estava. Só tenho a aprender e crescer com ele. É um excelente treinador e acho que vai me ajudar muito.”

Você pode estrear no Maracanã, no Rio, estádio e cidade que você conhece muito bem desde sua história no Flamengo. O que isso representa para você?

“Deus é maravilhoso. (Jogar pela Seleção) no Rio de Janeiro, onde sou nascido e criado, no Maracanã, onde joguei meu primeiro jogo como profissional pelo Flamengo, então não tinha como ser melhor. Já me pediram muitos ingressos, sim, todo dia parece que sai gente do chão pedindo ingresso para ir no jogo, mas não vai ter como dar tantos ingressos. Acabei de chegar, não vou pedir 100 ingressos, mas vou fazer o que for possível para ter as pessoas próximas a mim me prestigiando nesse jogo da Seleção.”

Em 2019, você foi convocado pela Seleção Sub-2023, que se preparava para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Como esta experiência em uma Seleção de Base pode te ajudar na Principal?

“Fui em 2019 em uma preparação para as Olimpíadas, em São Paulo. Vestir a camisa da Seleção é diferente e no profissional, ainda mais. O garoto que consegue chegar na Seleção Brasileira de base já é muito importante, mas acho que no profissional é uma realização a mais, tem um algo a mais. É a maior camisa do mundo, então fico muito feliz de estar aqui. Sei que essa ida para a Sub-23 pode me ajudar muito aqui no profissional.”

O que mudou do Jean de 2019 para o de hoje em dia?

“Mudou bastante coisa. O Jean de 2019, seis anos atrás, era um moleque brincalhão. Sou ainda, mas hoje eu tenho muito mais responsabilidade, estou muito mais focado nos meus objetivos. Sou pai agora também, tenho minha esposa, agora eu tenho uma família, que me ajudou muito a crescer, assim como meu pai e minha mãe, como pessoa e como atleta.

Qual foi a importância do Bahia para sua chegada à Seleção Principal?

“O Bahia abriu as portas para mim no ano passado. Conversei com o professor Rogério Ceni antes de ir e ele falou que eu ia ajudar muito e fazer muitos gols com ele, e ele disse que iria me ajudar também e que iam montar um elenco para brigar no Campeonato Brasileiro. Tenho uma eterna gratidão ao Bahia, obrigado por tudo. Vou ser eternamente grato por tudo que o Bahia fez e faz por mim. Se hoje cheguei aqui, foi por conta do Bahia.”

Após as vitórias pelo Bahia, você costuma comemorar dizendo “aqui é bicho”, em vídeos para as redes sociais. O que isso significa?

“O ‘aqui é bicho’ quer dizer que eu deixo tudo dentro de campo, deixo minha vida dentro de campo pelo Bahia e pela torcida. Dentro da Fonte Nova, é difícil de ganhar (da gente). Eu falo que ‘aqui é bicho’ pelo fato de ser difícil (os adversários) irem lá e conseguirem ganhar.”

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