São Jorge: o santo guerreiro que une fé, resistência e devoção no Brasil

Neste 23 de abril, devotos católicos e de religiões de matriz africana homenageiam São Jorge com fé, música e rituais

Brasil
São Jorge: o santo guerreiro que une fé, resistência e devoção no Brasil
Tomaz Silva/Agência Brasil

Neste 23 de abril, o Brasil celebra São Jorge, o Santo Guerreiro, símbolo da força, da fé e da superação de obstáculos. A data, que é feriado estadual no Rio de Janeiro, mobiliza milhares de devotos em diferentes regiões do país, com missas, homenagens e manifestações culturais.

Na capital baiana, por exemplo, a tradicional missa da Paróquia São Jorge, localizada no bairro Jardim Cruzeiro, reúne fiéis para renovar pedidos e agradecer por graças alcançadas. Para os católicos, São Jorge é o padroeiro dos soldados, cavaleiros, esgrimistas e escoteiros, além de ser conhecido popularmente como aquele que luta contra o mal.

Sua representação mais famosa é a de um guerreiro em armadura enfrentando um dragão — uma imagem que transcende religiões e inspira milhões de brasileiros. O site do Vaticano resume essa ideia: “São Jorge matou o dragão porque Deus agiu por meio dele. O bem vence o mal, ainda que com o tempo”.

O historiador Luiz Antônio Simas afirma que a força do santo está ligada à sua presença no cotidiano. “Ele pertence ao rol dos santos do dia a dia. Aqueles que são invocados para resolver os problemas imediatos. São Jorge é um santo da rua”, disse em entrevista à Agência Brasil.

Apesar da ausência de registros históricos definitivos, a fé em São Jorge resiste há séculos. De acordo com a tradição, ele nasceu na Capadócia (atual Turquia), se tornou soldado do exército romano e foi martirizado no século IV, após se opor à perseguição aos cristãos promovida pelo imperador Diocleciano.

A figura de São Jorge também aparece associada a Ogum nas religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda. Entretanto, segundo a socióloga Flávia Pinto, essa associação não é literal: “São Jorge não é Ogum. São histórias e tempos diferentes. Mas ele pode ser compreendido como um filho de Ogum”, explica.

A devoção ao santo atravessa gerações e culturas, e se expressa também na música e na arte. Uma das homenagens mais emblemáticas é a canção “Jorge da Capadócia”, lançada por Jorge Ben Jor em 1975. Neste ano, celebridades como Zeca Pagodinho, Maria Bethânia, Gaby Amarantos e Sabrina Sato usaram as redes sociais para reverenciar o santo e lembrar sua importância na espiritualidade brasileira.

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