Salvador faz balanço da política municipal do esporte e entrega 300 carteiras do Atleta
Fotos: Jefferson Peixoto/ Secom
Cerca de 300 esportistas receberam neste sábado (10) a Carteira Municipal do Atleta Salvador, iniciativa que visa simplificar os processos de solicitação para os programas de incentivo da capital baiana, promovendo maior eficiência na gestão dos benefícios. A entrega dos documentos ocorreu neste sábado (10) durante encontro com atletas e paratletas da capital baiana no Clube Espanhol.
Durante a ação, foi realizado um balanço de programas como Bolsa Atleta Salvador, Viva Esporte, Ajuda de Custo, Salvador Social Clube e outras iniciativas previstas pela Lei Municipal de Esportes e Lazer. O encontrou contou com a presença de atletas, paratletas e representantes da Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre).
A Carteira Municipal do Atleta foi desenvolvida para identificar e cadastrar atletas, paratletas e federações da capital baiana, consolidando um banco de dados que irá estruturar um censo esportivo voltado para o planejamento e implementação de políticas de esporte.
O titular da Sempre, Júnior Magalhães, afirmou que, hoje, são 235 atletas beneficiados pelo Bolsa Atleta municipal, sendo que uma delas, inclusive, disputou as Olimpíadas de Paris neste ano: Paola Reis, no ciclismo BMX feminino. Ele destacou a importância da carteira para o aprimoramento das políticas públicas voltadas para o esporte.
“Nós vamos ter um censo, vamos ter dados de quantos atletas nós temos na cidade. Claro que nem todo mundo é atleta. O atleta tem uma regularidade, é federado, tem reconhecimento das federações esportivas. A ideia da carteira foi para o município de Salvador ter conhecimento de quantos atletas nós temos, quais modalidades, qual é o perfil desse atleta, onde ele reside, para que a gente possa dirigir políticas públicas”, afirmou.
“Por exemplo, se você tiver um bairro que tem mais atletas de karatê, então você percebe que nós precisamos estimular aquela modalidade naquele local. Então, acredito que a Carteira Municipal do Atleta veio pra ficar. A carteira também é um resgate de uma dívida histórica porque ela reconhece agora o atleta. Ele vai ter um documento de atleta, vai ser reconhecido para poder captar recursos, buscar apoio da privada. Vai claramente dar dignidade aos nossos atletas da cidade”, continuou o secretário.
O diretor de Esportes da Sempre, Edvaldo Valério, destacou que a carteira não é apenas para os atletas beneficiados por programas municipais. “Essa carteira vai servir como base para a gente estabelecer um censo, quantos atletas temos na cidade, quais modalidades, quantos praticantes em cada modalidade. E o mais importante é que o atleta só poderá ter acesso a todos os programas esportivos que foram lançados se tiver cadastramento”, disse.
Atleta de karatê, Daniel Santos, 13 anos, pratica a modalidade desde os seus 4 anos. Ele, que mora no bairro de Pau da Lima, recebeu a carteira e é beneficiário do Bolsa Atleta. Ele afirma que o auxílio vai permitir que ele participe do campeonato mundial de karatê, que vai acontecer em outubro na Argentina. “Já participei de campeonato com ajuda de custo no Rio de Janeiro e em Fortaleza. Nos dois, fui campeão e espero ganhar esse mundial agora”, destaca.
Superação – O médico Renê Pereira é paratleta e foi medalhista dos Jogos Paralímpicos de Tóquio no remo, na categoria skiff simples PR1M1. Ele teve uma lesão na medula em 2006 e perdeu o movimento das pernas. É beneficiário do Bolsa Atleta e, neste ano, não conseguiu a classificação para os Jogos de Paris.
“Minha trajetória no esporte inicia em 2014. Eu encontrei no esporte uma ferramenta para me lapidar e melhorar as minhas condições de vida. Como sempre tive um convívio muito próximo com o esporte, entendi que ele seria a melhor ferramenta para que eu pudesse ressignificar essa história”, contou ele, que participou também dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
“Foi um momento mágico, foi um momento único, mas a medalha acabou não vindo. Então fiz mais um ciclo realmente muito bom, de Rio-2016 para Tóquio-2020. Tivemos ali a pandemia em que houve sim um abalo e um temor a respeito até da ocorrência ou não dos jogos. O fato é que isso aconteceu, consegui de forma inédita ser o primeiro medalhista do remo no Brasil no esporte individual, algo que me traz muito orgulho, que me traz muita felicidade”, acrescentou.
Ele disse que o Bolsa Atleta ajuda a custear as despesas para que continue praticando a modalidade. “Nos motiva para que a gente continue dando o nosso melhor, continue buscando alcançar novas metas e incentivando, sem dúvida, aqueles que estão chegando, que que estão almejando grandes sonhos. Eu não tenho dúvida de que esse programa irá trazer para o esporte baiano, para o esporte de Salvador, grandes conquistas”, afirmou.
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