Quando o sonho de ser mãe enfrenta o câncer: Existe uma solução

Preservar a fertilidade em mulheres com câncer de mama tem se tornado um dos tópicos mais importantes dentro das campanhas de conscientização do Outubro Rosa. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 73 mil brasileiras receberão o diagnóstico de câncer de mama entre 2023 e 2025. Diante dessa realidade, um aspecto ainda pouco falado começa a ganhar destaque: o impacto dos tratamentos oncológicos sobre a fertilidade feminina.

Tratamentos como quimioterapia, radioterapia e medicamentos hormonais afetam diretamente a qualidade e a quantidade dos óvulos, podendo comprometer a capacidade de gerar filhos no futuro. Felizmente, a medicina reprodutiva oferece uma alternativa real: o congelamento de óvulos antes do início do tratamento.

“O procedimento é uma verdadeira janela de esperança para mulheres em idade fértil que desejam ser mães, mas precisam enfrentar o câncer. A vitrificação permite preservar óvulos em excelente estado por vários anos, sem interferir na urgência do tratamento oncológico”, explica a Dra. Genevieve Coelho, Diretora Médica do IVI Salvador.

O processo consiste na estimulação ovariana com medicamentos hormonais, seguida da coleta dos óvulos por meio de punção – um procedimento rápido e realizado com sedação. Esses óvulos são então submetidos à vitrificação, técnica que permite seu armazenamento em baixíssimas temperaturas, mantendo sua qualidade intacta por tempo indeterminado.

Esse cuidado, que une ciência, tecnologia e atenção personalizada, é recomendado principalmente para mulheres que ainda não tiveram filhos ou que desejam adiar a maternidade. E o melhor: pode ser organizado de forma rápida e segura, mesmo diante da urgência de iniciar o tratamento oncológico.

Apesar de não garantir 100% de sucesso em uma futura gravidez, o congelamento de óvulos amplia significativamente as chances de gestação saudável, especialmente quando realizado em idade jovem. Fatores como saúde da paciente, qualidade do sêmen e estilo de vida também influenciam os resultados.

“O congelamento de óvulos é uma das maiores conquistas da medicina reprodutiva moderna. Ele representa a possibilidade de sonhar com a maternidade mesmo em meio a um diagnóstico tão difícil. É oferecer um futuro”, afirma a especialista.

Durante o Outubro Rosa, essa pauta ganha ainda mais relevância. O movimento, que nasceu na década de 1990 nos Estados Unidos, vai além da prevenção: também busca garantir qualidade de vida e cuidado integral às mulheres. E isso inclui, cada vez mais, o direito de ser mãe após o câncer.