Policiais são afastados após morte de jovem em Salvador
Caso de Caíque dos Santos Reis, de 16 anos, mobiliza moradores de São Marcos e levanta debate sobre violência policial e direitos humanos na Bahia

A Polícia Militar da Bahia afastou os agentes envolvidos na ação policial em Salvador que resultou na morte de Caíque dos Santos Reis, de apenas 16 anos, no bairro de São Marcos. A medida foi tomada conforme protocolo interno da corporação, que prevê ações imediatas em casos com traumas graves ou mortes.
Segundo a PM, os policiais, lotados no Batalhão de Policiamento de Prevenção a Furto e Roubos de Coletivos (BPFRC), foram retirados das ruas e encaminhados para acompanhamento psicológico e administrativo.
Protestos e clima de tensão em São Marcos
Desde o ocorrido, moradores do bairro realizaram três dias consecutivos de protestos. Cartazes, queima de entulho e bloqueios marcaram as manifestações, que pedem justiça pela morte de Caíque.
Os protestos também afetam o transporte público, com ônibus desviando da região por segurança.
Versões divergentes sobre a morte de Caíque
De acordo com testemunhas, Caíque foi atingido sem oferecer resistência durante a chegada dos policiais à comunidade. Já a versão oficial da PM aponta que ele e outro jovem, Matheus Daniel Chagas da Silva, de 21 anos, teriam reagido com tiros, o que motivou o confronto.
Ambos foram levados ao Hospital Geral Roberto Santos, mas não resistiram.
Investigações em duas frentes
O caso está sendo apurado por dois órgãos distintos:
- Corregedoria-Geral da Polícia Militar (investigação administrativa)
- Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil (investigação criminal)
A Polícia Militar da Bahia afirmou que “não compactua com desvios de conduta” e garantiu que os envolvidos responderão de forma legal, respeitando o contraditório e a ampla defesa.
Caíque: uma vida interrompida
Caíque dos Santos era estudante, barbeiro e começaria a trabalhar como atendente em uma confeitaria no dia em que foi enterrado. O sepultamento aconteceu na segunda-feira (29), em clima de comoção, no cemitério da Baixa de Quintas.
Entidades como a Unegro e o Conselho Nacional dos Direitos Humanos acompanharam o caso e prestaram apoio à família, além de prometer medidas formais de acompanhamento.
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