Polícia Federal investigará ataque mortal a assentamento do MST em São Paulo

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Polícia Federal investigará ataque mortal a assentamento do MST em São Paulo
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou que a Polícia Federal (PF) inicie uma investigação sobre o ataque ao assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), localizado em Tremembé, no Vale do Paraíba, São Paulo. O incidente ocorreu na noite de sexta-feira (10), quando homens armados invadiram o local, resultando na morte de dois assentados e deixando pelo menos seis feridos, alguns em estado grave.

As vítimas fatais foram identificadas como Valdir do Nascimento, de 52 anos, uma das lideranças do assentamento, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos. Os agressores, ainda não identificados, chegaram em vários carros e motos, disparando contra as famílias que residem no assentamento, incluindo crianças e idosos.

Em resposta, uma equipe da PF, composta por agentes, peritos e papiloscopistas, foi enviada a Tremembé para conduzir as investigações. O ministro substituto da Justiça, Manoel Carlos de Almeida Neto, destacou a gravidade do ataque, classificando-o como uma violação dos direitos humanos.

Além disso, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania anunciou que oferecerá assistência e proteção às lideranças e moradores do assentamento. O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, repudiou o atentado e expressou solidariedade às famílias das vítimas.

Entidades como os conselhos Nacional de Direitos Humanos (CNDH) e de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana do Estado de São Paulo (Condepe) manifestaram indignação com o ocorrido, ressaltando a recorrência de ataques contra movimentos sociais que lutam pelo acesso à terra. Eles enfatizaram a necessidade de uma investigação rigorosa e punição exemplar dos responsáveis.

O assentamento Olga Benário é reconhecido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e, segundo o MST, as famílias têm sofrido constantes ameaças e coerções, apesar de diversas denúncias às autoridades.

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