Polícia Civil combate corrupção de R$ 12 milhões na saúde pública

A Polícia Civil da Bahia deflagrou na manhã desta terça-feira (18) a segunda fase da Operação USG, que mira uma complexa estrutura de corrupção e desvio de recursos públicos na área da Saúde Pública. A ação cumpre diversos mandados judiciais em cidades da Bahia e do Piauí, aprofundando as investigações sobre fraudes em contratos que teriam desviado mais de R$ 12 milhões dos cofres públicos.
A operação é conduzida pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD) e pela Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR).
Alvos e medidas cautelares
As diligências desta segunda fase da Operação USG ocorrem em residências de pessoas com alto poder de influência e em clínicas suspeitas. Entre os alvos, estão:
- Médicos
- Ex-secretários municipais de saúde
- Agentes políticos
- Clínicas que mantinham contratos com o município
Como medida cautelar, a Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens pertencentes aos investigados e a três clínicas que, segundo a Polícia Civil, eram utilizadas na estrutura operacional do grupo criminoso.
O esquema de fraude milionária
As investigações conduzidas pelo Draco-LD revelam que o grupo utilizava um esquema sofisticado para desviar o dinheiro destinado à Saúde Pública. O modus operandi incluía:
- Clínicas de Fachada: Utilização de clínicas que simulavam serviços.
- Contratos Superfaturados: Ajuste de valores muito acima do mercado para justificar pagamentos.
- Pagamentos Fictícios: Justificativa de pagamentos por serviços médicos que jamais foram realizados.
Entre as principais irregularidades identificadas, estão lançamentos de exames totalmente incompatíveis com a realidade do município, registro de plantões fictícios, uso de listas de pacientes com dados inconsistentes e emissão de notas fiscais falsas ou destinadas a mascarar atendimentos inexistentes.
A nova fase da Operação USG foi deflagrada após a análise minuciosa de documentos e mídias apreendidos na primeira etapa, realizada em dezembro de 2024, que trouxeram elementos suficientes para identificar a participação de novos envolvidos e aprofundar as apurações sobre o desvio de R$ 12 milhões.
Cerca de 80 policiais civis da Bahia (incluindo equipes de Barreiras) e do Piauí participam desta ofensiva contra a corrupção.



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