PF pericia tornozeleira de Bolsonaro após confissão de dano

A Polícia Federal (PF) iniciou a perícia na tornozeleira eletrônica danificada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi preso preventivamente após decisão do ministro Alexandre de Moraes (STF). Duas equipes do Instituto Nacional de Criminalística (INC) foram mobilizadas para analisar o equipamento, que apresentava marcas de queimadura e violação.
As informações, divulgadas pela CNN, indicam que o ex-presidente admitiu a policiais ter usado um ferro de solda na tentativa de abrir o dispositivo horas antes de sua prisão na manhã de sábado, 22.
Detalhes da Perícia e Admissão de Dano
O processo de exame está dividido em duas frentes cruciais para a investigação. O setor de Perícias Eletrônicas e Audiovisuais (PEA) está focado em analisar possíveis danos no sistema interno e nos registros de monitoramento do equipamento. Paralelamente, o Laboratório de Microvestígios (LMV) registra de forma detalhada as marcas deixadas na tornozeleira. O objetivo do LMV é, inclusive, comparar o material com instrumentos que possam ter sido usados no rompimento, incluindo o ferro de solda mencionado por Bolsonaro.
Um vídeo e um relatório anexados ao processo judicial detalham o momento em que Bolsonaro confessa o dano. A gravação mostra a diretora-adjunta da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap), Rita Gaio, conversando com o ex-presidente sobre o estado da tornozeleira.
Ao ser questionado sobre o uso de algum objeto, Bolsonaro respondeu: “meti um ferro quente aqui”, esclarecendo que se tratava de um ferro de soldar. Ele negou ter tentado puxar a pulseira, afirmando que apenas o case, a caixa protetora do equipamento, foi danificado. Bolsonaro garantiu que a ação ocorreu no final da tarde de sexta-feira, 21, e que a pulseira do dispositivo permaneceu intacta.
O relatório da Seap corrobora a admissão do ex-presidente: “O equipamento possuía sinais claros e importantes de avaria. Haviam marcas de queimadura em toda sua circunferência, no local de encaixe/fechamento do case. No momento da análise o monitorado foi questionado acerca do instrumento utilizado. Em resposta, informou que fez uso de ferro de solda para tentar abrir o equipamento”.
Decisão Judicial e Próximos Passos
O ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo do relatório e do vídeo da Seap sobre o incidente e deu prazo de 24 horas para que a defesa de Bolsonaro se manifeste a respeito da tentativa de violação do dispositivo.
Após a constatação dos danos e a admissão, a tornozeleira danificada foi imediatamente substituída por um novo equipamento, garantindo a continuidade do monitoramento do ex-presidente. A conclusão da perícia da PF será fundamental para determinar as consequências legais da tentativa de dano a um equipamento judicial de monitoramento.



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