PF e CGU investigam desvio milionário em cooperativa de Feira de Santana

A Polícia Federal (PF), em colaboração com a Controladoria-Geral da União (CGU/BA), deflagrou nesta quarta-feira, 1º de outubro, a Operação FALSACOOP para investigar um esquema de fraude em contratos de prestação de serviços públicos. A apuração mira supostas irregularidades na contratação de uma cooperativa pelo município de Feira de Santana, no centro-norte da Bahia.
A fraude teria gerado um prejuízo estimado em mais de R$ 8,5 milhões aos cofres públicos, atingindo verbas do Fundo Nacional de Assistência Social e fundos municipais de Saúde e Educação.
Cooperativa de Fachada e Superfaturamento Milionário
As investigações da PF apontam que a cooperativa sob suspeita, responsável pela locação de mão de obra para unidades de assistência social, funcionava como uma fachada. Os indícios sugerem que a entidade atuava apenas como intermediadora de serviços, firmando contratos superfaturados com o município.
O esquema criminoso é investigado no período compreendido entre 2015 a 2021. Durante esses seis anos, a cooperativa recebeu um montante superior a R$ 63 milhões. O cálculo do superfaturamento, superior a R$ 8,5 milhões, é o foco da ação das autoridades.
Bloqueio Judicial e Mandados em Quatro Cidades
A Operação FALSACOOP revelou que parte dos valores desviados era transferida, de forma direta ou indireta, para indivíduos ligados à diretoria da cooperativa e para empresas controladas pelos mesmos beneficiários. A CGU confirmou a identificação de fraudes em licitações e uma série de operações financeiras irregulares destinadas à ocultação da origem ilícita dos recursos, configurando o crime de lavagem de dinheiro.
Em decorrência das decisões judiciais expedidas pela 17ª Vara Criminal da Seção Judiciária da Bahia, a Polícia Federal cumpriu quatro mandados de busca e apreensão. As diligências ocorreram em quatro cidades, abrangendo a capital Salvador, Feira de Santana, Jacobina e, inclusive, Joinville (SC), indicando a abrangência nacional do esquema.
Além das buscas, a Justiça determinou o bloqueio de mais de R$ 8 milhões das contas dos investigados, visando ressarcir o dano ao patrimônio público. A ação conjunta da PF e CGU busca aprofundar a investigação, identificar todos os envolvidos e responsabilizar os autores dos crimes, reafirmando o compromisso com a integridade da administração pública baiana.
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