PF de Salvador ganha scanner corporal para combater tráfico aéreo

A Polícia Federal (PF) reforçou a segurança e a fiscalização no Aeroporto Internacional de Salvador com a chegada de um moderno scanner corporal de ultrassom. O equipamento, doado pelo Serviço de Segurança Interior da Polícia Nacional francesa, tem como objetivo aprimorar o combate ao tráfico internacional de drogas por via aérea, uma modalidade criminosa crescente na capital baiana.
O novo aparelho é o Lumify Ultrassom Philips, um scanner portátil capaz de detectar objetos ocultos como armas, explosivos e, crucialmente, drogas engolidas em cápsulas ou escondidas em cavidades corporais. A tecnologia visa não apenas aumentar a segurança aeroportuária e agilizar as vistorias, especialmente em voos internacionais, mas também atuar na proteção de pessoas vulneráveis aliciadas por organizações criminosas.
Aumento das Apreensões e Vulnerabilidade Social
A chegada do equipamento reflete a escalada no tráfico aéreo em Salvador. De acordo com dados da PF, em 2025 (até 12/11), já foram presas 14 pessoas em flagrante por tráfico internacional de drogas no aeroporto, resultando na apreensão de cerca de 52kg de entorpecentes, incluindo cocaína, maconha e haxixe.
O volume de apreensões neste ano já superou o total de 2024, quando foram apreendidos cerca de 50kg de drogas e 12 pessoas presas em flagrante.
A principal modalidade de ocultação de entorpecentes identificada pela Polícia Federal é a introdução da droga, geralmente cocaína, em cápsulas ingeridas ou inseridas nas cavidades anal ou vaginal. O perfil majoritário das “mulas” — pessoas que transportam as drogas em troca de dinheiro — é de mulheres jovens, cis e trans, em situação de vulnerabilidade social.
Foco na Proteção de “Mulas”
Um dos focos estratégicos da PF com o uso do ultrassom é a proteção dessas pessoas vulneráveis. O transporte interno de drogas em cápsulas apresenta risco de vida imediato.
A corporação alerta que, no caso de rompimento de uma das cápsulas de droga ingeridas, a chance de sobrevivência é mínima, principalmente porque não existe um antídoto imediato para a overdose de cocaína que ocorre nestes casos de ruptura. O uso do scanner permite uma identificação não invasiva e rápida, essencial para o socorro imediato, salvando vidas aliciadas pelo crime organizado.



Comentários: