PF cumpre mandados por ameaça à Ararinha-Azul
PF investiga possível negligência sanitária que teria facilitado a disseminação de vírus letal entre Ararinhas-Azuis reintroduzidas na Caatinga

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (3), a Operação Blue Hope, ação que investiga a possível disseminação de um vírus altamente contagioso capaz de comprometer a sobrevivência da Ararinha-Azul (Cyanopsitta spixii), uma das aves mais raras do planeta e símbolo da Caatinga.
Segundo a corporação, cinco mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Curaçá, no Sertão do São Francisco (BA), e em Brasília (DF). A PF apura a suspeita de que empresas e pessoas ligadas ao programa de reintrodução da Ararinha-Azul tenham descumprido protocolos sanitários obrigatórios durante o processo de soltura e monitoramento das aves.
As investigações apontam que a falta de controle sanitário pode ter favorecido a circulação do circovírus aviário (PBFD), doença sem tratamento, altamente transmissível e capaz de afetar não apenas as Ararinhas, mas também outras espécies de aves nativas da Caatinga. O vírus compromete penas, sistema imunológico e pode levar à morte.
De acordo com a PF, houve ainda resistência no cumprimento das medidas emergenciais determinadas pelo ICMBio, como isolamento sanitário, testagens seriadas e recolhimento de aves de vida livre — ações consideradas fundamentais para conter o avanço do patógeno.
A operação, autorizada pela Vara Federal de Juazeiro, contou com a participação de cerca de 30 agentes, que apreenderam aves e dispositivos eletrônicos que podem contribuir para o avanço das investigações.
Os suspeitos podem responder por disseminação de doença que causa dano à fauna, morte de animais silvestres e obstrução da fiscalização ambiental. Se condenados, as penas podem chegar a oito anos de prisão, além de multas e sanções administrativas.



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