Pastor agredido em vigília faz exame no IML após crítica a Bolsonaro

Brasil Política
Pastor agredido em vigília faz exame no IML após crítica a Bolsonaro
Reprodução / Redes Sociais

O pastor Ismael Lopes, coordenador da Frente Evangélica pelo Estado de Direito, realizou neste domingo (23) exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) após ser agredido durante uma vigília de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Lopes usou as redes sociais para confirmar a realização do procedimento, afirmando estar “bem, na medida do possível”, e que sofreu apenas ferimentos leves.

O incidente, ocorrido em meio a um evento de apoio a Bolsonaro, ganhou destaque não apenas pela violência, mas pelo teor das declarações do pastor antes de ser derrubado e empurrado por apoiadores.

Discurso Polêmico e Pedido de Condenação

Ismael Lopes foi agredido logo após discursar de forma contundente, criticando as ações de Bolsonaro durante a pandemia de Covid-19 e pedindo a condenação do ex-presidente. A vigília havia sido convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Em sua fala, o pastor direcionou críticas duras, mencionando a postura de Bolsonaro na crise sanitária:

“Nós temos orado por justiça nesse país, nós temos orado para que aqueles que abrem covas caiam nelas não mortos, porque não é isso que a gente deseja, a gente deseja que sejam julgados e condenados pelo mal que fizeram, como seu pai que abriu 700 mil covas durante a pandemia seja julgado pelo devido processo legal, tenha seu direito de defesa, mas que seja condenado e responda pelos crimes que cometeu, assim como todos os aliados que fizeram essa horda de mal contra o nosso estado”, declarou Lopes.

Após o discurso, apoiadores do ex-presidente reagiram com violência, empurrando o pastor e o derrubando no chão.

Motivação da Agressão e Posicionamento do Pastor

Após ser agredido, Ismael Lopes deu uma declaração à imprensa, explicando o motivo de sua presença na vigília: “Eu vim para cá em uma iniciativa de tentar fazer uma fala baseada na palavra de Deus para acabar com essa instrumentalização da fé cristã que eles fazem”, afirmou.

Ele acrescentou que é inaceitável usar a fé para defender pessoas que atentaram contra a nação: “Dizendo, em nome de Deus, defendendo gente que atentou contra a nação, que atentou contra o estado democrático de direito”.

A Vigília e a Prisão Preventiva de Bolsonaro

A vigília em apoio a Bolsonaro tornou-se um dos pontos citados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como justificativa para a decretação da prisão preventiva do ex-presidente.

O encontro havia sido convocado nas redes sociais para orar por Bolsonaro. Contudo, na madrugada anterior, foi detectada a violação da tornozeleira eletrônica que o ex-presidente utilizava. Diante da violação e da mobilização popular na vigília, Moraes identificou um eventual risco de tentativa de fuga ou desordem e solicitou a prisão preventiva. Mesmo com a prisão, a vigília se manteve no local combinado. A agressão ao pastor Ismael Lopes agora adiciona um novo e grave episódio ao contexto político e social em torno da prisão de Bolsonaro.

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