O ONISCIENTE: Em on ou em off?

EM ON OU EM OFF?
Em on, as lideranças petistas da Bahia elogiaram a escolha de Gleisi Hoffmann (PT-PR) para comandar as Relações Institucionais (SRI) no governo Lula. Mas, em off, o negócio é diferente. Um petista muito ligado ao senador Jaques Wagner (PT-BA) revelou que o líder governista no Senado ficou estupefato e indignado com a escolha do amigo.
MAIS PROBLEMAS À VISTA
A avaliação dos petistas baianos é que Gleisi vive, desde o impeachment de Dilma, um processo de radicalização que dificulta sua posição de negociadora com o Congresso Nacional. Alguns acham que o escolhido deveria ser um petista mais moderado. Outros já consideram que só um deputado do Centrão nas Relações Institucionais salvaria a relação de Lula com os deputados em Brasília.
ELE ESTAVA PRONTO
O nome que os petistas baianos mais próximos de Lula queriam nas Relações Institucionais era o do deputado federal Antonio Brito (PSD-BA), próximo ao Centrão, mas fiel aliado do PT a nível estadual e a nível federal. O parlamentar, que chegou a ser cotado para presidir a Câmara dos Deputados, estava pronto para o desafio.
UM JÁ ERA
Uma relação que já não andava boa e que foi, de vez, para o beleléu com a escolha de Gleisi é a de Lula com o PP. O ministro André Fufuca (PP-MA) assumiu a pasta de Esportes já a contragosto do dirigente partidário Ciro Nogueira (PP-PI). Agora, com Gleisi na SRI, o manda-chuva progressista já garantiu: o PP estará distante de Lula em 2026.
DESESPERO I
O governo Lula parece um pouco desesperado com a queda na avaliação popular. Pressionado, anunciou nesta semana a retirada de impostos sobre importação de alguns itens, como carne, café, açúcar, milho, azeite, óleo de girassol, sardinha, biscoito e macarrão, como se isso fosse resolver o problema da inflação de alimentos.
DESESPERO II
O problema é que, em alguns desses casos, como carne, café e açúcar, o Brasil é o grande produtor para o mercado interno. Zerar os impostos dos concorrentes estrangeiros pode complicar os produtores locais. E, se, por falta de oferta estrangeira, não prejudicar a produção brasileira, é porque a isenção tributária não gerou resultado algum.
DICA ONISCIENTE
Sendo o Brasil o segundo maior produtor de alimentos do mundo, a saída para a inflação de alimentos é aumentar sua produção. E o governo Lula pode ajudar nisso se, ao invés de zerar impostos para importação, zerar a tributação para os produtores brasileiros. Outra coisa que pode ajudar é esquecer ideologia e ajudar Trump a dar um fim na guerra entre Rússia e Ucrânia.
SURPRESA POSITIVA
Enquanto a oposição vibrava com as vaias direcionadas ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) no circuito Barra-Ondina, o governo do estado comemorava os números da pesquisa Quaest que apontam uma aprovação de 61% para o petista no estado. O dado, puxado sobretudo pelo interior da Bahia, foi recebido como uma boa surpresa no Palácio de Ondina.
OVACIONADO
Se, de um lado, houve vaias para Jerônimo; do outro, foram só sorrisos para o secretário estadual da Segurança Pública, Marcelo Werner, que recebeu longos apertos de mão da população durante sua passagem em meio aos foliões.
A GUERRA EXPLICA I
O carinho da população por Marcelo Werner tem justificativa, primeiro, no fato dele ser um quadro técnico, sem ligação direta com a política partidária. Mas a principal explicação está no confronto que a Polícia tem feito com as duas principais facções criminosas que atuam no estado: o Bonde do Maluco e o Comando Vermelho.
A GUERRA EXPLICA II
Durante o Carnaval, por exemplo, a Polícia Militar matou 12 pessoas durante uma operação no bairro de Fazenda Coutos, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. A informação oficial é que todos eles integravam a facção Comando Vermelho e morreram em confronto com os policiais.
A GUERRA EXPLICA III
Enquanto alguns poucos ativistas dos direitos humanos demonstram sincera preocupação com a possível existência de inocentes entre os mortos pela PM, nas redes sociais, a população comemorou o resultado da operação, vista como uma saída para o caos da violência vista nas ruas e, sobretudo, na televisão.
A GUERRA EXPLICA IV
O governo do estado, por exemplo, faz pesquisas internas constantemente focadas em bairros da periferia de Salvador. O que chamou a atenção dos governistas é que, quando há uma operação assim, com muitas mortes, a aprovação do governador sobe bastante no bairro em questão. O povo quer é a morte dos bandidos. Se tiver inocente no meio, azar o dele. Enquanto não chega na família da pessoa, está tudo bem.
OPORTUNISMO
Para se ter uma ideia da situação, o governador Jerônimo disse, em seu podcast, que os 12 mortos “tombaram” durante confronto com a Polícia. Mas, ao falar que a atuação da PM seria investigada, algo totalmente de praxe, alguns oportunistas recortaram esse trecho e publicaram nas redes sociais, para dizer que Jerônimo estaria contra os policiais.
ELE DISSE ‘SIM’
Enquanto isso, Jerônimo está atento ao interior, prometendo aos prefeitos tudo que eles desejam. Muita gente do PP e do União Brasil tem ouvido “sim” do governador para os projetos de suas prefeituras. Eles garantem que, cumpridas as promessas, não há como não apoiar a reeleição de Jerônimo em 2026.
MUITA GRANA
Mas o que está por trás de tanto “sim” do governador? O Onisciente soube que a gestão estadual possui pelo menos R$ 18 bilhões reservados para investimentos nos próximos anos. Isso paga a ponte Salvador-Itaparica, o VLT de Salvador, o metrô do Campo Grande e o que mais os prefeitos do interior todos quiserem.
A SEC FOLIONA
Quem estava toda soltinha atrás do trio elétrico este ano foi a secretária estadual da Educação, Rowenna Brito, flagrada por este Onisciente atrás da pipoca de Saulo Fernandes, no Campo Grande, terça-feira. Acompanhada do marido, ela chegou sorridente e suada para descansar no camarote do governo do estado.
SÓ NÃO VAI QUEM JÁ MORREU
Quem também curtiu demais a folia foi o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas. Com base instalada no Procon, na Carlos Gomes, o petista também se divertiu na pipoca de Saulo, mas na sexta-feira. Afinal, atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu.
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