Novo tratamento reduz risco de recorrência do câncer de mama
Tratamento experimental com giredestrant anima especialistas e pode mudar o padrão terapêutico da doença

Um novo tratamento experimental para câncer de mama chamou a atenção da comunidade científica internacional ao demonstrar uma redução de aproximadamente 30% no risco de recorrência invasiva do tumor ou morte. Os dados foram apresentados durante o San Antonio Breast Cancer Symposium, um dos mais importantes congressos globais dedicados à pesquisa da doença.
O medicamento avaliado é o giredestrant, desenvolvido pela farmacêutica Roche, e direcionado a pacientes com câncer de mama inicial do subtipo RE+/HER2-, responsável por cerca de 70% dos diagnósticos da doença.
Segundo especialistas, os resultados representam um avanço significativo em uma área que passou anos sem grandes inovações terapêuticas.
Estudo clínico aponta redução significativa da recorrência
O estudo, denominado lidERA Breast Cancer, é um ensaio clínico global de fase 3, etapa essencial para a aprovação de novos medicamentos. A pesquisa envolveu 4,1 mil pacientes diagnosticadas com câncer de mama entre os estágios I e III.
Durante dois anos, metade das participantes recebeu giredestrant por via oral, enquanto o restante seguiu com a terapia endócrina padrão, como tamoxifeno ou inibidores de aromatase.
Os resultados mostraram que apenas 6,7% das pacientes tratadas com o novo medicamento apresentaram recorrência invasiva ou morte em cinco anos, contra 9,4% no grupo que recebeu o tratamento convencional.
Impacto positivo na sobrevida e nas metástases
Além da redução da recorrência, o estudo identificou uma melhora no intervalo livre de metástases, que foi quase 40% maior entre as pacientes que utilizaram o giredestrant. As taxas de sobrevida livre de doença em três anos também foram superiores no grupo experimental.
Embora a melhora na sobrevida global ainda não tenha alcançado significância estatística, os dados reforçam o potencial do novo tratamento.
Segurança semelhante aos tratamentos atuais
O perfil de segurança do giredestrant foi considerado semelhante ao das terapias já existentes. Os efeitos adversos mais comuns incluíram ondas de calor, dor articular e dor de cabeça, geralmente de baixa gravidade.
Especialistas destacam que, caso aprovado, o medicamento pode se tornar um novo padrão de cuidado para pacientes com câncer de mama RE+/HER2-, trazendo mais esperança e qualidade de vida.



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