Novo calendário da CBF ameaça estaduais e pode tirar o Bahia da Copa do Nordeste 2026
Mundaça impacta no futebol nordestino

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou, nesta quarta-feira (1º), o novo calendário do futebol brasileiro para o ciclo 2026-2029, trazendo mudanças profundas no cenário nacional. Entre os pontos mais polêmicos está a alteração no formato da Copa do Nordeste, que deve deixar de contar com equipes classificadas para competições da Conmebol, como a Libertadores e a Sul-Americana.
Essa mudança afeta diretamente o Bahia, atual campeão do Nordestão e maior vencedor da história do torneio, com cinco títulos. Caso se confirme a expectativa de vaga em competições internacionais, o Tricolor de Aço não disputará a edição de 2026 da Copa do Nordeste.
Bahia pode ficar de fora da competição
No momento, o Bahia ocupa a 6ª posição no Campeonato Brasileiro, com cerca de 77,4% de chance de garantir vaga na Libertadores. Caso não alcance a classificação para a principal competição continental, o clube ainda tem grandes possibilidades de disputar a Copa Sul-Americana. Em qualquer um dos cenários, o resultado será a ausência no Nordestão, algo que mexe diretamente com a tradição e o calendário da equipe.
Além do Bahia, o Ceará também corre o risco de ficar de fora da edição de 2026, já que tem 58,1% de chances de classificação para a Sul-Americana.
Já os outros três clubes nordestinos que disputam a Série A — Vitória, Fortaleza e Sport — têm chances matemáticas bem menores de se classificarem para competições continentais. No entanto, ainda existe a possibilidade, com percentuais de 2,1%, 4,4% e 0,29%, respectivamente.
Mudanças no Nordestão
A Copa do Nordeste de 2026 terá início em 25 de março e término em 7 de junho, com uma novidade importante: o número de participantes aumentará de 16 para 20 clubes. Apesar da expansão, a exclusão das equipes em torneios da Conmebol pode enfraquecer a competição, já que os times de maior expressão regional tendem a estar entre os classificados para Libertadores e Sul-Americana.
Especialistas avaliam que essa mudança pode reduzir a atratividade do torneio, tanto esportiva quanto financeiramente, já que os confrontos entre gigantes regionais sempre foram um dos maiores atrativos do Nordestão.
Reformulações no calendário nacional
Além das alterações na Copa do Nordeste, a CBF anunciou outras mudanças significativas:
- Estaduais: limite máximo de 11 rodadas, reduzindo datas e diminuindo o espaço ocupado no calendário.
- Copa do Brasil: agora contará com cinco fases em jogo único, incluindo a final, prevista para 6 de dezembro. A Série A entrará a partir da fase de 16 avos.
- Brasileirão: será antecipado, começando em 28 de janeiro e terminando em 2 de dezembro, paralelo às rodadas finais dos estaduais.
- Novo torneio regional: a Copa Sul-Sudeste, com até dois clubes por estado, entre março e junho, em até 10 datas, reforçando a lista de competições regionais.
Pausa para a Copa do Mundo e novas tecnologias
O calendário 2026 também prevê uma paralisação entre 11 de junho e 19 de julho, devido à Copa do Mundo masculina. Em 2027, deve haver nova pausa, já que o Brasil será sede da Copa do Mundo feminina.
Outra novidade é a adoção do impedimento semiautomático, que será implementado a partir de 2026, modernizando o futebol nacional. A entidade também prepara a implantação do fair play financeiro, com regras previstas para novembro de 2025, buscando garantir maior equilíbrio e sustentabilidade entre os clubes.
Impacto para o futebol nordestino
A possível ausência do Bahia, maior campeão e atual dono da taça, marca um ponto de inflexão na história da Copa do Nordeste. Para muitos torcedores e analistas, a competição corre o risco de perder relevância sem os principais clubes da região.
Enquanto isso, a CBF aposta que a ampliação do número de participantes e a criação de novos torneios regionais vão manter o calendário competitivo. No entanto, o torcedor nordestino ainda se divide: será que o Nordestão continuará com a mesma força sem seus gigantes?
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