No palco do Negritudes Globo, Márcio Victor homenageia samba junino e destaca potência do pagode
Cantor participou da abertura oficial ao lado do Ilê Aiyê e integrou a mesa “Cantos e Contos Brasileiros”

O pagode encontrou seu lugar no palco do Festival Negritudes Globo Salvador, nesta quinta-feira (24), pelas mãos e pela voz de Márcio Victor, líder do Psirico. Convidado para duas participações na programação, ele dividiu a cena com o Ilê Aiyê, na abertura oficial, e participou da mesa “Cantos e Contos Brasileiros”, ao lado de nomes como Rita Batista, Gabz, Luana Souza, Mariene de Castro e Zebrinha.
Junto ao Ilê, Márcio entoou a música “Opô de Xangô”, emocionando o público presente no Palco Principal do Negritudes Globo, em Salvador. A canção, carregada de força simbólica e ancestral, marcou o início do evento celebrando o axé e as raízes negras da música brasileira.
Durante o bate-papo, o cantor enalteceu o pagode como expressão popular e ferramenta de resistência
“O pagode pra mim é o canto do povo. É a música que traz alegria nos dias difíceis que a turma enfrenta”, afirmou. Ele ressaltou ainda a conexão do ritmo com o samba junino, movimento que resgata todos os anos com o tradicional Arrastão do MV, no Engenho Velho de Brotas, seu bairro de origem.
“O pagode é um derivado do samba. E eu digo que o Psirico é um pagode pop, com fusões, com mensagem, com alegria, mas também com realidade”, completou.
Ao lembrar dos grupos de samba junino que inspiraram sua trajetória, como o Samba Leva Eu, Márcio chamou atenção para a importância de reconhecer e valorizar essas manifestações. “Tem muita gente em Salvador que não conhece a riqueza desse movimento. A gente faz o pagode com muita responsabilidade, levando a alegria, mas também refletindo sobre nossas vivências”, disse.
O evento, transmitido ao vivo pelo canal Futura e também pelo Globoplay, celebrou as narrativas negras no audiovisual brasileiro, reunindo artistas, pesquisadores e representantes da Cultura.
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