Natural de Itaparica, Mestre Nô será reconhecido como herói popular durante o VI Rede Capoeira

O Troféu Sankofa homenageia, ao todo, 10 ícones da cultura popular no dia 22 de janeiro

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Natural de Itaparica, Mestre Nô será reconhecido como herói popular durante o VI Rede Capoeira
Foto: Ricardo Prado

Expoente da capoeira no Brasil e no mundo, mestre Norival Moreira de Oliveira, o mestre Nô, 79 anos, nasceu na Ilha de Itaparica e ganhou o mundo com a prática e ensino da Capoeira Angola. Consagrado como importante divulgador da luta ancestral, ele receberá o Troféu Sankofa no 22 de janeiro, durante o VI Rede Capoeira, que tem patrocínio do Instituto Cultural Vale por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O evento acontece até o dia 25 de janeiro no Doca 1 – Polo de Economia Criativa, no Comércio, com programação gratuita.

A homenagem reconhece, ao todo, 10 mestres e mestras com atuação fundamental como guardiães de saberes ancestrais e preservação da cultura africana. Nô também será um dos destaques na roda de conversa “A Capoeira, Repente e o Frevo”, no dia 23, às 11h30. O bate papo também recebe o mestre, cordelista e repentista Bule-Bule e as mestras Zenaide Bezerra e Mônica Beltrão, com mediação do poeta e pesquisador James Martins.

Nascido na Vila de Coroa, na Ilha de Itaparica, em 22 de junho de 1945, Mestre Nô também ministra concorrida oficina de capoeira durante o evento, no dia 25 de janeiro, às 11h10. Ele vai transmitir um pouco do que aprendeu desde os quatro anos de idade por incentivo de seu avô Olegário. Quando tinha sete anos, veio morar em Salvador com a família, onde aprofundou os seus conhecimentos na arte.

Discípulo de Mestre Nilton, o então jovem praticante começou a frequentar as rodas organizadas por mestre Pierrô, em Massaranduba – bairro em que morava – e mestre Zeca, do bairro Uruguai, com quem aprendeu a tocar o berimbau. Em 1964, foi diplomado como “Mestre de Capoeira” e, no mesmo ano, fundou a academia Capoeira Angola Retintos, onde começou a formar outros mestres.

Em 1969, fundou a Academia de Capoeira Angola Orixás da Bahia e, em 1979, a Academia Capoeira Angola Palmares e a Associação Brasileira Cultural de Capoeira Angola Palmares (ABCCP), uma organização dedicada ao ensino, e a promoção das tradições da Capoeira Angola, que realiza o trabalho de difusão da Capoeira Angola em vários estados brasileiros e em diversos países.

Ao longo de sua trajetória, Mestre Nô recebeu prêmios e títulos, como o Prêmio Viva Meu Mestre (2011), um reconhecimento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) pelo seu trabalho como mestre de capoeira. Em 2016, foi homenageado com o título de Notório Saber da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o primeiro título do gênero conferido pela instituição. Já em 2018, recebeu o título de Notório Saber da Universidade Federal da Bahia.

Troféu Sankofa – Mestre Nô será reconhecido como herói popular ao lado de Mestre Virgílio da Fazenda Grande, Mestre Baiano, Mestre Fernando e Mestre Boa Gente; da aclamada sambadeira Dona Santinha; da passista de frevo mais antiga do país Zenaide Bezerra; do Mestre Walmir Lima, integrante da chamada “primeira geração” do samba de Salvador; do músico Mateus Aleluia, grande símbolo de resistência e sabedoria; e do cordelista e repentista nordestino Mestre Bule-Bule.
 
Na sua sexta edição, o VI Rede Capoeira segue com a missão de reconhecer, em vida, o legado de mestres e mestras que cumprem um papel fundamental na preservação da cultura popular no Brasil. A programação do evento é toda gratuita e inclui palestras, contação de histórias com griôs, diálogos culturais, oficinas, rodas de capoeira e samba, shows e outras atividades.
 
Com idealização e coordenação de Mestre Sabiá, o VI Rede Capoeira é uma realização do Projeto Mandinga (@projetomandinga).

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