Mês das crianças: Conheça oito escritoras de literatura infantil da Bahia

Despertar o gosto pela leitura nas crianças é fundamental para garantir o desenvolvimento cognitivo e social. É virando as páginas de um livro que os pequenos reconhecem emoções, adquirem conhecimentos e desenvolvem a imaginação. Na Bahia, educadoras estão fazendo dos livros um objeto precioso de transformação além da sala de aula. Seis professoras e escritoras baianas, que são agenciadas pelo Studio Palma, apresentam suas obras no projeto Coletivo das Infâncias, que traz consigo a premissa de incluir a leitura na rotina do público infantil.

Carla Chastinet, Emile Lima, Lucianna Ávila, Márcia Mendes, Nadja Nunes, Palmira Heine, Regina Luz e Terezinha Passos compartilham suas narrativas dedicadas às crianças e que têm encantado também leitores de todas as idades. “A literatura infantil é a escuta das gerações em forma de texto. Imaginação e curiosidade são os ingredientes que as escritoras que se dedicam a esse universo exploram em suas obras, para formação de valores e memória para as crianças. Livro para crianças é também livro para todas as idades”, declara Ester Figueiredo, sócia-diretora do Studio Palma.

Conheça as autoras:

Carla Chastinet: Professora, escritora e bióloga, Carla traz em seus livros um toque de humor para tornar a vida mais leve. Suas obras literárias abordam temas relacionados aos animais e à natureza, ampliando com sátira e inteligência a percepção aos pequenos grandes detalhes. “Comecei a escrever com 50 anos. Toda a minha trajetória e amadurecimento contribuem para um olhar mais cauteloso diante dos detalhes”, declara a autora dos livros O Rio que sentia cócegas, O Colecionador de Horas e O Moleque.

Emile Lima

Pedagoga, psicóloga, escritora e mãe. Com todos esses atributos Emile Lima, tem dois livros infantis que usam a literatura para alertar sobre a importância dos cuidados com a saúde mental dos pequenos. Foi ao longo da trajetória como educadora que percebeu a lacuna do suporte psicológico nas instituições de ensino e acabou despertando o desejo de uma nova graduação em psicologia. Concluída a segunda graduação, a compreensão da relação das emoções com a aprendizagem foi ainda maior e inspirou a escrita dos livros Qual é a cor da sua emoção? e Léo, o Camaleão. “Sinto que é cada vez mais importante falar sobre as emoções. Desde pequenos, podemos ser estimulados a entender o que sentimos no corpo, expressando em palavras”, pontua a autora destacando não ter a intenção de didatizar seu processo de escrita. “Quero apontá-la como um caminho possível, onde cada leitor pode encontrar o seu e seguir adiante sem viver preso a padrões”, esclarece.

Lucianna Ávila

Autora de obras como O voo da Xica e Domingo da Luz, Lucianna é apaixonada não apenas pela literatura, mas também pelas artes, onde busca multifacetar suas obras e diversificar a abordagem da sua produção. Além dos livros, a escritora ama contações de histórias e ampliar o acesso das crianças para outros conteúdos disponíveis em QR codes. Ao apontar o celular, os pequenos acessam músicas referentes às histórias lidas ou contadas. A escritora tem, inclusive, canções autorais. “É maravilhoso poder mostrar às crianças um mundo divertido através da leitura”.

Márcia Mendes

Natural de Catu, Márcia Mendes foi criada em São Sebastião do Passé, em um ambiente de pouco acesso à leitura, mas envolta em muita oralidade. Cresceu aprendendo com os “causos” e a sabedoria das histórias contadas por seus ancestrais. Na infância, não tinha um livro em casa e agora celebra seu projeto social intitulado Um livro para Chamar de Meu, que doa livros novos para crianças sem acesso à literatura. Já tem 8 livros infantis de sua autoria com mensagens antirracistas e de valorização da cultura popular: A Gata que não era Xadrez, O Cravo Brigou com a Rosa, Dandara, cadê Você?, Quem é Amora?, Histórias de Lá e de Cá, Jitirana, a menina das mãos mágicas, Maria Felipa, Força e Poesia. O mais novo livro Os Cabelos de Voinha será lançado em breve.

Nadja Nunes

Avó de três, a escritora já lançou cinco livros infantis, onde reforça a importância das fases da vida de uma criança e como viver essas etapas favorecendo seu desenvolvimento, fortalecendo laços e aquecendo corações. “Destaco nas histórias fatos do cotidiano do universo infantil, além de tratar sobre questões que são pertinentes a todas as crianças como medo, a troca da dentição, a celebração do nascimento e a valorização da memória afetiva”, explica Nadja, que publicou obras que descrevem fases importantes da vida dos pequenos, como A menina do dente mole e O zoo da Gabriela.

Palmira Heine

Escritora e uma entusiasta da literatura, a professora já produziu cinco releituras ao longo de sua carreira como escritora. Chapeuzinho no Pelô, Mila, a pequena sementinha, A borboletinha não quis mais ficar na cozinha, A Cigarra e a Formiga: uma aventura em Salvador e Os Três Porquinhos em: Depois do sopro do lobo são algumas das obras que se inspiram no clássico para trazer um olhar mais contemporâneo e necessário ao desenvolvimento pessoal da criança. Uma marca dos livros assinados por Palmira Heine é a presença de elementos culturais da Bahia, fazendo com que as crianças se identifiquem ainda mais com sua identidade.

Regina Luz

Com uma proposta antirracista, a escritora aborda temas fundamentais para o desenvolvimento de crianças negras. Seus livros trazem sempre o protagonismo de personagens pretos em histórias que resgatam a ancestralidade africana e fortalecem a construção das identidades dos mini leitores. “O livro funciona como uma porta de entrada para o autoconhecimento”, define a autora. Dedicada ao público infantil, Regina escreveu as obras Alika, que possuem personagens negras femininas, o livro de poemas Transpirar, além de um conto Kianda que integra a coletânea Pretinhos e Pretinhas incríveis.

Terezinha Passos

Graduada em Letras com Literatura, é autora dos livros Meu Vovô Encantado e Um Amor de Lagartixa, Terezinha traz em suas obras o cuidado com o meio ambiente, a centralidade, relações afetivas com familiares e a natureza. Nascida em Senhor do Bonfim, a educadora encanta adultos e crianças com seus livros e contações de histórias criativas.

A ideia do Coletivo das Infâncias reforça a importância de cativar a imaginação e criação infantil, fazendo com que temas sobre identidade, autoconhecimento e que estimulem a criatividade desenvolvem novas habilidades nas crianças. Para saber mais acesse o site do Studio Palma.