Marta critica “espetáculo da guerra” no Rio e cobra aprovação da PEC da Segurança Pública

Salvador
Marta critica “espetáculo da guerra” no Rio e cobra aprovação da PEC da Segurança Pública

A presidente da Comissão de Direitos Humanos e de Defesa da Democracia da Câmara de Salvador, vereadora Marta Rodrigues (PT), classificou como chacina e repudiou, nesta quarta-feira (29), as quase 130 mortes no Rio de Janeiro ocorridas durante operações policiais no Complexo do Alemão e na Penha, ordenadas pelo governador Cláudio Castro.

Para ela, os episódios reforçam a urgência de o Congresso Nacional aprovar a PEC da Segurança Pública — proposta que cria uma estrutura moderna, integrada e nacionalmente coordenada, unindo força, inteligência e planejamento estratégico.

“Muitos não querem a PEC da Segurança porque sabem que muitos dos financiadores estão em residências de luxo e circulam no Congresso, e não nos morros, como querem fazer parecer. A proposta impede que a insegurança continue sendo usada como arma eleitoral”, afirmou.

Para a parlamentar, o que se vê no estado fluminense é uma intensificação perversa de uma guerra urbana que existe há mais de 40 anos, agora transformada em espetáculo político por setores da extrema direita. “É uma estratégia que busca, falaciosamente, colocar em xeque a soberania nacional e fragilizar o governo federal diante de uma retórica do medo e da espetacularização da tragédia”, afirmou.

Segundo Marta, o discurso de combate à criminalidade de Castro é falacioso quando coloca em risco milhares de famílias inocentes. “Esse discurso serve para blindar a incompetência administrativa do Estado fluminense, desviando o foco das crises fiscal e social”, disse.

A vereadora ressalta que o governo do Rio está repetindo um modelo fracassado que não resolve o problema. “Essa operação de força bruta, travestida de ação heróica, serve a uma narrativa política perigosa: retomar o campo bolsonarista sob uma bandeira moral e bélica, disfarçada de ‘defesa do cidadão’, explorando o medo como instrumento de poder. A sensação de desordem é o terreno fértil da extrema direita, e o Rio de Janeiro é o laboratório, sob a falácia de combate ao tráfico”, afirmou.

Diante desse cenário, a petista defende que a aprovação da PEC da Segurança Pública seja tratada como prioridade. “A proposta fortalece a inteligência, a cooperação entre União, estados e municípios e o controle social das políticas de segurança, criando um sistema moderno e planejado capaz de prevenir crimes e reduzir mortes evitáveis”, declarou.

Conforme a vereadora, a resistência à medida se dá justamente porque ela muda o jogo de poder e expõe integrantes de organizações criminosas e de redes de tráfico que atuam longe dos morros. “Uma PEC dessa magnitude vai expor muita gente grande, que não vive nas favelas, mas que comanda o tráfico — os de colarinho branco, que desfilam na elite. E não o pobre e preto do morro”, completou.

Marta também criticou o uso político do termo “narcoterrorismo”, que, segundo ela, não tem base jurídica no Brasil e serve como construção midiática para associar o país a uma guerra hemisférica, atraindo atenção internacional, sobretudo dos Estados Unidos, e fragilizando o debate mais eficaz sobre segurança no Brasil.

A parlamentar reiterou que segurança pública não se faz apenas com força bruta, mas com inteligência, articulação e investimento em tecnologia e prevenção. “Nos morros e favelas, há milhares de famílias inocentes — muito mais do que criminosos — e, ainda assim, continuam ocorrendo mortes aleatórias e evitáveis. O Brasil precisa de uma segurança inteligente e planejada e não de mais espetáculos de guerra”, destacou.

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