Mais velha da final do skate park aos 23 anos, Dora Varella se despede dos Jogos em quarto: “Arrisquei e me diverti”

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Mais velha da final do skate park aos 23 anos, Dora Varella se despede dos Jogos em quarto: “Arrisquei e me diverti”

Foi por muito pouco que o Brasil não conseguiu sua primeira medalha olímpica no skate park feminino. Dora Varella melhorou sua colocação em Paris 2024 e com um 89.14 na última volta, conquistou a quarta colocação nos Jogos Olímpicos. A brasileira de 23 anos, a mais velha disputando a final desta terça-feira, 06, no espaço urbano da Praça de La Concorde, saiu bastante feliz com seu desempenho, principalmente porque teve que arriscar manobras inéditas e mais complexas para competir de igual para igual com as mais novas. Mas também conseguiu se divertir numa disputa de altíssimo nível.

“(Me arriscar e me divertir) Foi só o que eu fiz, na verdade. Me diverti muito, estava muito legal de acompanhar as meninas se puxando a cada volta, eu me puxando. Saio satisfeita porque me arrisquei, tive que mandar tudo ali. Fiz o meu máximo. Só queria sair daqui sabendo que eu dei o meu máximo e dei. Quarto lugar para mim é um resultado incrível, é pra mostrar que o park feminino no Brasil tem potencial, tem chance de medalha”, analisou Dora.

Nascida em São Paulo, a atleta que começou a trajetória no skate aos 10 anos, já havia conquistado o sétimo lugar nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. De lá para cá, mudou junto com a modalidade, graças também a algumas dos jovens talentos que chegaram à segunda medalha olímpica como a japonesa Cocona Hiraki e a britânica Sky Brown.

“Primeiro evolui minha mentalidade para saber que eu conseguia e que eu merecia estar ali entre as melhores. Me inspirei nas meninas porque elas vieram com outra mentalidade, de que elas conseguem tudo. Não tem diferença nenhuma para os meninos. Quando eu comecei tinha pouquíssimas meninas. Depois tive que treinar muito, mas muito mesmo, porque essas manobras não ficam na base do dia para a noite. Foram meses, meses, meses fazendo repetidamente e, graças a Deus, deu certo”, contou.

Dora começou a competir aos 12 anos. Cinco anos depois se tornou skatista profissional e, em 2021, disputou a primeira edição de Jogos Olímpicos. Com vários títulos do Circuito Nacional (Skate Total Urbe), Dora mostrou maturidade na disputa na final para evoluir suas notas desde as eliminatórias. De 82.29 para 85.06 na primeira volta da final e 89.14 na última volta. A nota altíssima não foi suficiente para colocar a brasileira no pódio.

“Foi o maior nível que já vi de campeonato. E vem aumentando ao longo do tempo. Às vezes, eu não conseguia acompanhar, talvez também por conta de ter pouco treino. Não sei ao certo. Agora treinei bem mais. Então, eu mereço mais. Fico muito feliz de estar ali no quarto lugar do maior nível do skate feminino do mundo”, completou a skatista que é treinada por Edgar “Vovo” Pereira e Ítalo Penarrubia.

O pódio do skate park feminino em Paris teve Arisa Trew, da Austrália, com o ouro; Cocona Hiraki, do Japão, com a prata; e Sky Brown, da Grã-Bretanha, com o bronze. Depois de Dora, ficaram Heili Sirvio, da Finlândia; Bryce Wettstein, dos Estados Unidos; Naia Laso, da Espanha; e Hinano Kusaki, do Japão.

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