Mãe desaba em aniversário e espera milagre após afogamento do filho em praia de Salvador

Corpo de Bombeiros mantém buscas por jovem desaparecido na Praia de Armação; condições do mar dificultam o trabalho das equipes

Salvador
Mãe desaba em aniversário e espera milagre após afogamento do filho em praia de Salvador

Aguardando um desfecho feliz, a mãe do jovem Kaíque Silva, de 19 anos, desaparecido após um afogamento na Praia de Armação, em Salvador, ainda acredita em um milagre como presente de aniversário nesta segunda-feira, 6. As buscas realizadas pelo Corpo de Bombeiros já ultrapassam 24 horas, mas Dilma insiste em manter a fé: “Hoje é meu aniversário e eu só queria o corpo do meu filho”, desabafou, emocionada.

Kaíque desapareceu no mar na tarde do último domingo (5), quando tomava banho em uma área bastante frequentada por moradores da capital baiana. De acordo com relatos, ele estava acompanhado de amigos e familiares quando acabou sendo arrastado pela correnteza. Desde então, equipes do Corpo de Bombeiros realizam buscas na região, mas as condições do mar têm dificultado o trabalho.

“Estamos com a equipe de mergulho pré-acionada, além das equipes náuticas e de guarda-vidas percorrendo toda a faixa litorânea. As condições do mar estão desfavoráveis, mas seguimos empenhados para localizar o jovem o mais rápido possível”, explicou o Major Mattos, oficial responsável pela operação.

Busca por respostas e alerta sobre segurança nas praias

A mãe de Kaíque contou como recebeu a notícia do acidente e relembrou os momentos de desespero. “Eu estava no trabalho quando algumas vizinhas ligaram para o meu patrão dizendo que meu filho estava se afogando. Ele me trouxe até a praia, mas quando cheguei, já estavam lá os amigos dele, os vizinhos, a namorada… Só que não tinha ninguém do Salvamar, apenas um helicóptero sobrevoando a área”, relatou Dilma.

A família também faz um apelo por mais segurança na região. Segundo Dilma, a praia onde o jovem desapareceu não possui placas de aviso sobre os riscos de banho. “Todos os vizinhos da Boca do Rio vêm pra essa praia. E várias crianças já se afogaram aí, mas a gente nunca acha que vai acontecer com a gente”, lamentou.

Kaíque era descrito pela mãe como um jovem alegre, trabalhador e querido por todos. “Ele trabalhava na estofaria, ajudava o irmão, vendia acarajé com a Regina. Era gaiato, brincalhão, dançava, cantava, fazia de tudo. Tinha um coração enorme”, disse.

Corpo de Bombeiros amplia área de busca

O Corpo de Bombeiros da Bahia informou que as buscas não serão interrompidas. A estratégia agora é ampliar o perímetro, já que o corpo pode ter sido levado pelas correntes marítimas. “Não iremos cessar as buscas, o que faremos é ampliar as regiões de busca, atuando em áreas mais distantes, pois há possibilidade de deslocamento do corpo”, reforçou o Major Mattos.

Equipes especializadas em mergulho, embarcações de busca náutica e patrulhas de guarda-vidas continuam percorrendo a orla entre Armação e Itapuã, na tentativa de localizar o jovem. Mesmo com as condições adversas, o trabalho segue de forma ininterrupta.

Enquanto isso, a mãe de Kaíque permanece na areia da praia, observando o mar e rezando. Entre lágrimas e esperança, ela aguarda notícias — acreditando que, de alguma forma, o aniversário marcado pela dor possa se transformar em um reencontro.

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