Lula critica falta de orçamento em prédios tombados após tragédia no Pelourinho: “Para que tombar se não tem responsabilidade de cuidar?”
Presidente questiona a falta de cuidado dos poderes com prédios tombados
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Por Gabriela Araújo
O presidente Lula (PT) criticou na manhã desta quinta-feira, 6, a falta de investimento dos poderes públicos municipal e estadual em prédios tombados. Segundo o mandatário, o tombamento em si não garante a preservação de um equipamento.
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O petista diz acreditar que se houver destinação de recursos para os monumentos tombados é possível evitar tragédia como o desabamento do teto da igreja da Ordem 1ª de São Francisco de Assis, no Pelourinho, Centro Histórico de Salvador.
“Quando você faz uma política em que você tomba um patrimônio público é preciso colocar dinheiro para manter as coisas. Vejo um monte de prédio tombado na Bahia, em São Paulo, no Rio de Janeiro, e o cidadão que fez o tombamento e aprovou a lei na Câmara de Vereadores e de Deputados, não coloca o orçamento para que isso seja conservador”, disse, em entrevista às Rádios Sociedade e Metrópole.
Na tarde de quarta, 6, parte do forro do templo foi ao chão e culminou na morte de uma turista de São Paulo, Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos, e deixou outras cinco pessoas feridas.
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O chefe do Executivo federal ainda questionou a intenção de realizar o processo de tombamento de um local histórico sem a responsabilidade de manutenção e retomou as críticas sobre a falta de investimento dos poderes.
“Você tomba e a coisa vai envelhecendo, apodrecendo e vai caindo. Ora, então para que tombar, se não tem responsabilidade de cuidar? Quando há um tombamento de obra de arte de qualquer lugar, de um prédio qualquer ou de uma praça, é importante que o tombamento seja acompanhado de um orçamento”, indagou.
“Para que a gente tenha certeza que aquilo foi tombado de verdade e que vai ficar para a história”, acrescentou.
A ‘igreja de ouro’ foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) entre os anos de 1938 e 1945, sendo declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco em 1985.
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