LGBTQIA+ une forças em Brasília para combater violência
Debates em Brasília destacam desigualdade racial, violência e necessidade de políticas públicas inclusivas para pessoas LGBTQIA+

A 4ª Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, que acontece até sexta-feira (24) na capital federal, reúne mais de 1,5 mil participantes para discutir estratégias de combate à violência e a construção de políticas públicas inclusivas para a comunidade LGBTQIA+ no Brasil.
Com o lema “Construindo a Política Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+”, o evento é um espaço fundamental de escuta ativa, debate e proposição de ações que visam transformar a realidade de milhões de brasileiros e brasileiras que enfrentam diariamente discriminação e violência.
A ativista baiana Jovanna Cardoso, conhecida como Jovanna Baby, destacou que 73% das pessoas trans são negras, ressaltando a urgência de garantir acesso igualitário a programas sociais como Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida, que atualmente atendem majoritariamente famílias heterossexuais.
“Precisamos que a comunidade trans tenha acesso pleno a benefícios sociais e a oportunidades iguais no mercado de trabalho”, afirmou Jovanna, que é referência nacional na luta por direitos das travestis e transexuais.
Outro ponto abordado foi a criação de um grupo de trabalho no Tribunal Superior do Trabalho para investigar violações contra pessoas LGBTQIA+. Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, presidente do TST, ressaltou que “as taxas de desemprego entre pessoas trans são desproporcionalmente altas e muitas vivem em condições precárias”.
O evento contou com a participação de quatro ministras: Marcia Lopes, que defendeu a ampliação da política de cotas para pessoas LGBTQIA+; Sônia Guajajara, que alertou para a violência contra indígenas LGBTQIA+; Gleisi Hoffmann, que criticou os retrocessos recentes nas políticas públicas; e Macaé Evaristo, que defendeu uma política nacional inclusiva para o grupo.
No Legislativo, a deputada Erika Hilton afirmou que, apesar da violência, a comunidade segue unida e resiliente. “Estamos aqui de pé, enfrentando o ódio com coragem e esperança”, disse. Já a deputada Duda Salabert destacou que a luta é para que futuras gerações não tenham vergonha de sua identidade.
A conferência deve resultar na apresentação de uma nova política nacional voltada à promoção dos direitos das pessoas LGBTQIA+, um passo essencial para garantir dignidade, respeito e cidadania plena.
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