Jerônimo decreta Festa de Cosme e Damião como patrimônio imaterial da Bahia
Autor: Lula Bonfim
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) decretou, nesta quinta-feira (26), a Festa de São Cosme e São Damião, comemorada anualmente por grande parte da população baiana nos dias 26 e 27 de setembro, como um patrimônio imaterial da Bahia. Com isso, a festividade passa a constar no Livro de Registro Especial dos Eventos e Celebrações, documento oficial do Estado.
Na mesma publicação assinada por Jerônimo, o caruru tradicionalmente oferecido nessas datas também foi decretado como patrimônio imaterial da Bahia, sendo registrado no Livro do Registro Especial dos Saberes e Modos de Fazer.
A festa, de origem católica, sofreu grandes transformações na Bahia, especialmente em Salvador e nas demais cidades do entorno da Baía de Todos-os-Santos. Com o sincretismo religioso fincado no Século XIX, São Cosme e São Damião passaram a ser ligados aos Ibejis, orixás gêmeos no chamado “candomblé Ketu”, de origem iorubá.
Com essa junção de comemorações religiosas, criou-se a tradição de se oferecer, nessas datas, um caruru, acompanhado de vatapá, xinxim de galinha, feijão fradinho, farofa de dendê e outras iguarias vinculadas às tradições afro-baianas. Originalmente associada apenas aos Ibejis, essa oferenda sagrada com várias comidas também passou a ser conhecida como “Caruru de Cosme e Damião”, devido ao sincretismo.
Agora, com o decreto assinado pelo governador, essa tradição popular, religiosa, sincrética e secular passa a ser, oficialmente, um patrimônio imaterial do estado, a ser protegido pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC).
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