Inflação de 2025 recua e se aproxima da meta do Banco Central
Boletim Focus aponta queda na projeção do IPCA para 2025, enquanto Selic permanece em 15% e mercado projeta cortes graduais nos próximos anos

A projeção do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 voltou a cair e passou de 4,36% para 4,33%, conforme dados divulgados nesta segunda-feira (22) pelo boletim Focus, do Banco Central. A redução ocorre pela sexta semana consecutiva, consolidando a inflação dentro do intervalo da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Para os anos seguintes, o cenário também é de desaceleração. A estimativa para 2026 recuou de 4,1% para 4,06%, enquanto as projeções para 2027 e 2028 ficaram em 3,8% e 3,5%, respectivamente.
A meta oficial de inflação definida pelo CMN é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, o que estabelece um teto de 4,5%. Com isso, a expectativa para 2025 permanece dentro do intervalo considerado aceitável pela autoridade monetária.
Em novembro, o IPCA registrou alta de 0,18%, influenciado principalmente pelo aumento das passagens aéreas. No mês anterior, a inflação havia sido de 0,09%. Com esse resultado, o índice acumulado em 12 meses alcançou 4,46%, ainda dentro da meta.
Selic permanece no maior nível desde 2006
Para controlar a inflação, o Banco Central utiliza a Taxa Selic como principal instrumento. Atualmente fixada em 15% ao ano, a taxa foi mantida pela quarta reunião consecutiva do Comitê de Política Monetária (Copom), em decisão tomada no início deste mês.
Em comunicado, o BC destacou que o cenário econômico segue marcado por incertezas, o que exige cautela na condução da política monetária. A instituição não sinalizou quando deve iniciar um ciclo de cortes nos juros.
A Selic está no maior patamar desde julho de 2006, quando atingiu 15,25% ao ano. Após alcançar 10,5% em maio do ano passado, a taxa voltou a subir a partir de setembro de 2024 e chegou aos atuais 15% em junho, nível que vem sendo mantido desde então.
Segundo analistas consultados pelo Focus, a expectativa é que a Selic recue para 12,25% ao ano até o fim de 2026, com novas reduções previstas para 10,5% em 2027 e 9,75% em 2028.
PIB cresce e dólar segue estável
O boletim Focus também trouxe revisão na projeção de crescimento da economia brasileira. A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano subiu levemente de 2,25% para 2,26%. Para 2026, a previsão é de expansão de 1,8%, enquanto para 2027 e 2028 o mercado projeta crescimento de 1,81% e 2%, respectivamente.
Impulsionada pelos setores de serviços e indústria, a economia brasileira cresceu 0,4% no segundo trimestre. Em 2024, o PIB fechou com alta de 3,4%, marcando o quarto ano consecutivo de crescimento e o melhor resultado desde 2021.
No câmbio, a expectativa é de que o dólar encerre este ano cotado a R$ 5,43, avançando para R$ 5,50 no fim de 2026, segundo as projeções do mercado financeiro.



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