Hospital Mont Serrat completa 6 meses com mais de 700 atendimentos

O Hospital Mont Serrat, primeiro e único hospital público do Brasil totalmente dedicado aos cuidados paliativos no SUS, completou seis meses de funcionamento em Salvador no dia 1º deste mês, com um marco expressivo: mais de 700 pacientes atendidos.

Apelidado de “hospital das despedidas”, a unidade funciona em um charmoso casarão do século 19 no bairro do Mont Serrat, na Cidade Baixa, onde antes operava o antigo Hospital Couto Maia. Após anos de abandono e ocupações sociais, o espaço foi reinaugurado em janeiro como um centro de referência em cuidados paliativos.

Com 70 leitos, sendo 63 adultos e 7 pediátricos, o hospital atende atualmente 57 pacientes. Todos são encaminhados por meio da Central Estadual de Regulação, vindos de hospitais e UPAs de Salvador e Região Metropolitana.

Os pacientes que chegam ao hospital vivem com doenças graves, progressivas ou incuráveis — como câncer avançado, demência severa ou sequelas neurológicas permanentes — e são acolhidos com um atendimento que prioriza a qualidade de vida, o alívio da dor e o conforto.

Segundo a Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), entidade que administra a unidade, a média de permanência dos pacientes é de 10 dias, período em que podem receber visitas e apoio familiar em um ambiente acolhedor e humanizado.

A equipe é composta por 344 colaboradores e 86 médicos, especializados em áreas como cardiologia, neurologia, nutrologia, psiquiatria, pneumologia, infectologia, anestesiologia, nefrologia, gastroenterologia, terapia da dor e apoio ao luto.

Além dos atendimentos, o Hospital Mont Serrat conta com ambulatórios, serviços de bioimagem, laboratório, telemedicina e infraestrutura de ensino e pesquisa, promovendo capacitação constante dos profissionais de saúde da rede pública.

Essa iniciativa é fruto de uma parceria entre os governos estadual e federal, dentro da Política Nacional de Cuidados Paliativos, lançada pelo Ministério da Saúde em 2023.

Para muitas famílias, o hospital representa um espaço de dignidade no fim da vida — onde o cuidado, a escuta e o respeito caminham lado a lado com o tratamento médico.