Greve nos Correios: trabalhadores rejeitam acordo e impasse vai ao TST

Proposta com reajuste salarial e mudanças em benefícios foi recusada, e negociação segue para dissídio coletivo em meio à crise financeira bilionária da estatal

Brasil Notícias
Greve nos Correios: trabalhadores rejeitam acordo e impasse vai ao TST
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os trabalhadores dos Correios recusaram a proposta de acordo coletivo de trabalho apresentada pela direção da estatal durante negociações mediadas pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). A decisão, tomada em assembleias realizadas na terça-feira (24), mantém o indicativo de greve e leva o impasse para o dissídio coletivo.

Na prática, o dissídio coletivo é um processo judicial trabalhista acionado quando não há acordo entre empregados e empregadores. A partir de agora, caberá ao próprio TST definir quais cláusulas farão parte do novo acordo coletivo dos Correios.

De acordo com a empresa, 18 sindicatos rejeitaram a proposta, enquanto 16 aprovaram os termos apresentados. Em nota, os Correios afirmaram que encerraram a fase de negociação direta e que passarão a atuar “no âmbito legal, com responsabilidade institucional”.

Entre os pontos rejeitados pelos trabalhadores estavam a gratificação de férias de 70% e o reajuste salarial de 5,13%, com validade a partir de abril de 2026 e efeito retroativo a janeiro. A proposta também previa o fim do pagamento de hora extra tripla aos domingos e feriados, reduzindo o adicional para 100%, conforme a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a partir de agosto do próximo ano.

A decisão ocorre em meio a uma grave crise financeira nos Correios. A estatal acumula prejuízo de R$ 6,1 bilhões entre janeiro e setembro de 2025, quase três vezes maior que o registrado no mesmo período do ano anterior. Somente no terceiro trimestre, o rombo chegou a R$ 1,7 bilhão.

O balanço financeiro mostra ainda queda de 12,7% na receita total, que recuou para R$ 12,35 bilhões, além de um aumento expressivo de 53,5% nas despesas gerais e administrativas. Para tentar reverter o cenário, os Correios negociam um empréstimo de cerca de R$ 12 bilhões e anunciaram um plano de corte de gastos.

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