Governo da Bahia e Fieb apresentam propostas no MDIC para minimizar impactos do tarifaço dos EUA
Governo da Bahia articula com o Governo Federal e setores produtivos medidas para enfrentar as novas tarifas dos EUA e evitar colapso industrial

As novas tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros acenderam o alerta máximo na Bahia. Com um potencial impacto de até R$ 1,3 bilhão no Produto Interno Bruto (PIB) estadual, a medida coloca em risco setores estratégicos da indústria baiana e ameaça diretamente mais de 210 mil empregos. Em resposta, o Governo do Estado intensificou a articulação com o Governo Federal e representantes do setor produtivo para mitigar os efeitos do chamado “tarifaço”.
Nesta quarta-feira (7), uma reunião foi realizada no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em Brasília, para discutir soluções emergenciais. O secretário da Casa Civil da Bahia, Afonso Florence, representando o governador Jerônimo Rodrigues, liderou o encontro, que contou com a participação remota de entidades como a FIEB e a Associação das Indústrias Processadoras de Cacau.
Entre os principais objetivos da reunião estão a exclusão de produtos baianos da lista de sobretaxação americana e a defesa da redução de alíquotas, visando preservar a competitividade das empresas locais.
“Setores estratégicos da nossa economia foram ouvidos. Criamos um canal permanente com o Governo Federal e, nas próximas semanas, devemos avançar com medidas concretas”, afirmou Afonso Florence.
Segundo dados do Observatório da Indústria da FIEB, as tarifas atingem diretamente setores como petroquímica, celulose, cacau, metalurgia, agricultura familiar e produtos como pneus, café, frutas, mel e pescados.
Medidas em pauta
O Governo da Bahia e a FIEB defenderam uma série de propostas, como:
- Aceleração de compensações tributárias;
- Inclusão dos produtos baianos nas listas de exceção tarifária (LETEC) e de desequilíbrios comerciais (LDCC);
- Ampliação do Reintegra;
- Ações de diplomacia comercial junto à Organização Mundial do Comércio (OMC).
Pedro Guerra, chefe de gabinete do MDIC, reforçou o compromisso do Governo Federal com a escuta ativa das demandas regionais. Ele destacou que medidas estão sendo avaliadas e que a cooperação entre União e estados será essencial para uma resposta eficaz.
Próximos passos: criação de comitês estratégicos
Está em andamento a formação de um Comitê Conjunto de Comércio Exterior (CCEX), integrando o futuro Comitê Estadual de Comércio Exterior (CECEX) com a FIEB. A iniciativa visa garantir monitoramento constante, articulação institucional e planejamento estratégico de longo prazo frente aos desafios impostos pelas tarifas internacionais.
Comentários: