Governo anuncia nova forma de financiar imóveis

Com mudanças no uso da poupança, governo Lula promete facilitar o acesso à casa própria e injetar bilhões no mercado imobiliário até 2026

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Governo anuncia nova forma de financiar imóveis
Foto: Carlos Reis

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou na última sexta-feira (10), durante o evento Incorpora 2025 em São Paulo, um novo modelo de crédito imobiliário que promete revolucionar o mercado habitacional brasileiro, principalmente para a classe média.

A grande novidade está na reestruturação do uso da poupança. Os recursos que hoje ficam obrigatoriamente retidos no Banco Central — os chamados depósitos compulsórios — passarão a ser utilizados como base para ampliar a oferta de crédito no setor imobiliário. Isso quer dizer que mais dinheiro poderá ser usado diretamente na concessão de financiamentos habitacionais, sem depender exclusivamente de aplicações de alto custo.

Mais crédito, imóveis mais caros e menos burocracia

Entre as principais mudanças está o aumento do valor máximo dos imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que passa de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. Além disso, a medida fortalece a oferta de crédito imobiliário para a classe média, um público que historicamente fica entre o financiamento social (como o Minha Casa, Minha Vida) e os juros altos do mercado privado.

Com o novo modelo de crédito imobiliário 2025, o governo prevê que a Caixa Econômica Federal possa financiar mais de 80 mil moradias até 2026. Isso representa um avanço significativo na política de habitação, especialmente em um cenário onde a poupança tem registrado fortes saques.

Entenda o novo funcionamento do crédito imobiliário

Hoje, 65% dos valores aplicados na poupança precisam, por lei, ser direcionados ao financiamento habitacional. Outros 20% ficam parados no Banco Central como depósito compulsório, e apenas 15% podem ser usados livremente pelos bancos. Isso vai mudar.

A partir de agora, o total de recursos depositados na poupança será a base para determinar quanto os bancos podem aplicar em crédito imobiliário, sem a obrigatoriedade do direcionamento fixo de 65%. Isso dá mais liberdade às instituições financeiras e pode atrair novos players para o setor.

Segundo o governo, o modelo vai aumentar a competitividade no setor, já que instituições que não captam poupança também poderão ofertar crédito habitacional através dos Depósitos Interfinanceiros Imobiliários.

A transição começa ainda em 2025, mas a expectativa é que o novo sistema esteja plenamente em vigor até janeiro de 2027.

Impacto da alta da Selic na poupança

Nos últimos anos, a poupança perdeu força como fonte de crédito imobiliário. Em 2023, foram sacados R$ 87,8 bilhões líquidos; em 2024, R$ 15,5 bilhões; e em 2025, o resgate líquido já ultrapassa R$ 78,5 bilhões. O motivo? A alta da taxa Selic, que tem incentivado investidores a buscar aplicações mais rentáveis.

Com o novo modelo, o governo espera reverter essa tendência e tornar a poupança novamente atrativa, ao mesmo tempo em que impulsiona o setor habitacional — que representa uma das maiores engrenagens do PIB e da geração de empregos no país.

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