Filiação de Guilherme Derrite ao PP vira vitrine da direita para 2026, com Tarcísio no centro e silêncio sobre Bolsonaro

O ato de filiação do secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, ao Partido Progressistas (PP), realizado na última quinta-feira (23), foi muito mais do que um simples rito partidário. Realizado sob os holofotes da política nacional, o evento ganhou ares de prévia da frente de direita que pretende disputar as eleições presidenciais de 2026.
O encontro contou com a presença de figuras de peso no tabuleiro político, incluindo os presidentes nacionais do PL, PP, União Brasil e PSD, além de diversos parlamentares. O que chamou atenção, no entanto, foi o silêncio quase absoluto sobre Jair Bolsonaro, mesmo ele sendo o nome mais forte do campo conservador e ainda considerado uma referência entre seus aliados — embora atualmente inelegível.
Em discurso, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) — apontado nos bastidores como uma possível aposta do grupo para a sucessão presidencial — deixou clara a intenção de unir as siglas em torno de um projeto conjunto:
“Para quem duvida que esse grupo estará junto no ano que vem, eu digo para vocês: esse grupo estará unido. Esse grupo vai ser forte. Esse grupo tem projeto para o Brasil e sabe o caminho”, declarou Tarcísio, sem fazer menções diretas a 2026.
Apesar de evitar projetar o futuro, Tarcísio mencionou Bolsonaro discretamente três vezes: ao agradecer o apoio de Valdemar Costa Neto ao ex-presidente, ao citar uma conversa com ele sobre a escolha de Derrite para o comando da SSP paulista, e ao relembrar o laço com o novo filiado no tempo de governo Bolsonaro. Nenhuma das falas, no entanto, arriscou falar sobre o papel do ex-presidente nas próximas eleições.
O próprio Valdemar Costa Neto adotou uma postura comedida: elogiou a filiação de Derrite como uma vitória do PP, evitou citar Bolsonaro no palanque e, ao ser questionado pela imprensa, apenas disse que “Bolsonaro é quem vai escolher o candidato do partido”.
Já Ciro Nogueira, anfitrião do evento e presidente do PP, também evitou o nome de Bolsonaro, mas deixou um recado que soou como sinal verde à candidatura de Tarcísio:
“O Brasil vai chamar Tarcísio agora ou em 2030”, disse o senador, arrancando aplausos dos presentes.
Enquanto isso, Gilberto Kassab (PSD) e Antonio Rueda (União Brasil) também se mantiveram discretos, falando em unidade e projetos para o país, mas sem tocar no nome do ex-presidente.
Comentários: