Febre infantil: O que diz a atualização da SBP
Sociedade Brasileira de Pediatria atualiza temperatura que define febre em crianças; mudança impacta diagnóstico e cuidados em casa

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) atualizou recentemente a definição de febre infantil, e a mudança já tem causado impacto entre pais, cuidadores e profissionais da saúde. Agora, a febre passa a ser considerada quando a temperatura axilar atingir 37,5°C ou mais, e não mais a partir de 37,8°C, como era anteriormente.
Segundo especialistas, essa alteração visa padronizar o diagnóstico e facilitar a identificação de sinais iniciais de infecção. Em entrevista ao Metropoles, a pediatra Simone Borges da Silveira, do Hospital Pequeno Príncipe, explica que essa atualização segue novas evidências científicas.
“A medição axilar é a mais comum no Brasil. Padronizar a partir de 37,5°C ajuda a evitar diagnósticos equivocados e intervenções desnecessárias”, afirma Simone.
Febre: vilã ou aliada?
Apesar de assustar, a febre infantil é geralmente uma resposta natural do organismo. O pediatra e neonatologista Nelson Douglas Ejzenbaum, membro da Academia Americana de Pediatria, reforça que a febre, por si só, não é um inimigo.
“Ela é um mecanismo de defesa. Em muitos casos, é melhor observar do que medicar imediatamente”, explica Ejzenbaum ao Metropoles.
O que fazer em casa?
Na maioria das situações, a febre pode ser controlada com medidas simples:
- Roupas leves
- Banhos mornos (não frios!)
- Hidratação constante
Aplicações de álcool ou banhos gelados devem ser evitados, pois podem causar desconforto ou riscos.
A oncologista pediátrica Juliana França da Mata, do Hospital Sírio-Libanês em Brasília, alerta sobre a importância de observar o comportamento da criança.
“Mais importante que a temperatura é o estado geral. Febre com choro inconsolável, apatia ou sonolência excessiva requer atenção”, diz Juliana.
Quando procurar ajuda médica?
Algumas situações exigem avaliação imediata:
- Febre persistente por mais de 3 dias
- Criança com menos de 3 meses e temperatura acima de 38°C
- Sinais como manchas na pele, convulsões, dificuldade para respirar
- Crianças imunossuprimidas ou com doenças crônicas
Segundo a SBP, o comportamento da criança deve ser o principal indicador para buscar atendimento.
“O número no termômetro é importante, mas o que realmente guia a decisão médica é o comportamento e o estado geral”, reforça Juliana.
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