Falando de Dinheiro: O cara comum no holofote

Falando de Dinheiro: O cara comum no holofote

No fim da última semana, tive que subir num palco para responder à pergunta: “o momento que percebeu que estava no caminho certo foi quando __?”

Fui pego de surpresa, no meio de dezenas de planejadores, e aí falei de supetão, não pensei muito, mas respondi.

Depois, fiquei refletindo: afinal, o que seria o “caminho certo”?

Existem muitos caminhos – certos, errados, tortuosos. Alguns se cruzam, outros não. Mas todos nos trazem até aqui, até o agora. E o momento presente já diz muito sobre nosso lugar no mundo.

Essa, aliás, tem sido uma questão frequente por aqui: onde estou e onde devo estar.

Há quase um ano escrevi aqui sobre como havia percebido a importância de estar junto, mesmo sendo do tipo que muitas vezes prefere ficar sozinho (lembre aqui). Isso por conta da comunidade criada em torno da Nossa, escola para planejadores financeiros.

Um ano depois, esse ambiente deixou de ser apenas o “me ajuda estar junto” e passou a ser o “você é referência pra mim”. O cara comum teve o holofote apontado para ele no meio da multidão.

Confesso: foi estranho. Como jornalista, ser referência era natural. A carreira, os prêmios, a experiência sustentavam esse lugar. Mas como planejador financeiro, com apenas dois anos dedicados 100% a isso, parecia cedo demais.

Em conversas, rodas de bate-papo, até na terapia, esse tema voltou. Estaria confortável com essa posição? Seria justo?

E como numa peça de encaixe, ouvi Dani Arrais, da contente.vc, falar sobre o fenômeno da impostora. Sou mesmo capaz? Mereço? Qual meu papel?

Muitas vezes, não é o cargo ou o título que faz alguém referência, mas a coerência entre quem se é e o que se mostra.

O reconhecimento não vem apenas de uma função. É quem você é que vira referência. A disciplina e regularidade de uma vida como atleta, por exemplo, moldaram o profissional que sou hoje. O que para mim é comum na história de vida, pode ser, aos olhos dos outros, aquilo que inspira.

Quando esse entendimento interno acontece, o externo flui melhor. Consolida quem somos, o que queremos, o que precisamos.

Assumir quem se é de verdade permite aceitar melhor o que vem dos outros. Passamos a ser receptivos na medida exata do que oferecemos.

E foi sim novo estar nessa posição ao longo dos últimos dias. Mas esse exercício de entendimento tornou o desconforto menor. Assim como os comentários genuínos de quem estava do outro lado, colegas de profissão que seguem na caminhada em busca da evolução no planejamento financeiro.

Talvez o caminho certo não seja aquele que alguém aponta no palco, mas o que a gente constrói sendo quem realmente é. E se, nesse processo, posso ser referência para alguém, que seja pelo compromisso de caminhar junto, ajudando a cuidar do dinheiro e da vida. Porque no fim, o caminho só é certo quando seguimos sendo de verdade.

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