Falando de Dinheiro: Nem sempre é mensal (mas precisa ser para a vida toda)
O que exames de sangue e planejamento financeiro têm em comum

Se tem um dia que eu fico agoniado é na véspera do exame de sangue. O problema não é fazer a coleta, isso é tranquilo. O problema é ficar sem comer. Se tem uma coisa que me deixa agoniado é isso. E não necessariamente é pela fome em si, mas pelo simples fato da proibição.
Acho que só de saber que não posso comer, a vontade de comer já fica maior. E aí é uma agonia de noite. Geralmente como mais no jantar e vou até dormir mais cedo para evitar cair na tentação.
Foi assim mesmo semana passada. Como faço acompanhamento dos índices da tireoide e do colesterol, tenho que realizar exames de forma recorrente. Na última vez, em julho, Carol, minha endocrinologista, identificou algumas alterações. Mudamos a dosagem do medicamento e precisei repetir os exames agora.
No meu caso, as revisões são a cada seis meses, mais ou menos. Confesso que em alguns momentos atraso aqui, antecipo ali, mas no geral são pelo menos duas visitas no ano para uma análise mais detalhada no laboratório. Mas este ano já foram quatro exames de sangue. Acontece.
Tenho minha periodicidade de exames por causa da necessidade do acompanhamento da tireoide e do colesterol. Mas nem todo mundo é assim. Tem gente que precisa de um cuidado mais de perto, tem quem faça mais espaçado, quem faz de ano em ano e também aquelas pessoas que só lembram quando aparece um problema. Aliás, você se encaixa em qual grupo aí?
Refletindo sobre essa variação, me lembrei de uma pergunta que recebo frequentemente: muitas pessoas me perguntam se o planejamento financeiro exige um acompanhamento de perto para a vida toda.
Olha, eu sou completamente tendencioso nessa resposta (já adianto), mas também realista: o planejamento financeiro, além de ser para todo mundo, é sim para a vida toda. Só que isso não significa um compromisso mensal, bimestral ou qualquer prazo fixo.
Vai depender muito de cada pessoa.
Há quem precise de um cuidado maior durante boa parte do tempo, com encontros mais próximos, um olhar mais atencioso. Assim como eu preciso ter com meus índices de saúde. Mas há quem não precise disso.
Geralmente faço a alusão ao acompanhamento de um nutricionista, que vamos revisando conforme o objetivo e o momento de cada um. Funciona assim também com o planejamento financeiro.
Após um primeiro momento em que focamos no ponto de maior necessidade, seguimos adiante de acordo com o que aparece. Tenho casos de clientes que precisam de encontros mensais para manter tudo em linha e evitar que as coisas saiam do planejado. Outros, não.
Esse mês, por exemplo, tive um reencontro com uma arquiteta com quem organizei tudo lá em 2023. Tudo estava bem, mantivemos contato, mas agora ela sentiu necessidade de um olhar mais atencioso para fazer algumas modificações. Nesse encontro, identificamos um outro problema. Rapidamente entendemos os ajustes que deveriam ser feitos e realizamos um novo encontro poucas semanas depois.
Tivemos uma revisão, identificamos um problema, fizemos os ajustes e nos reunimos novamente para avaliar. Pronto. Agora ela segue com o planejado, e aos poucos vamos avaliando novas necessidades.
Por outro lado, um casal que finalizou o planejamento também em 2023 passou por diversas mudanças na vida este ano. Nos reencontramos, vimos que a situação exigia um cuidado maior e vamos seguir mais próximos por um período.
Há casos e casos. Por isso o planejamento financeiro é para a vida toda, assim como minha endocrinologista também é. Mas isso não significa que vou nela todos os meses. Definimos o tratamento, seguimos e ajustamos quando necessário.
E agora posso ficar feliz: os exames deram todos dentro do esperado. Posso seguir com o planejado até o começo do ano que vem. E aí, recomeça tudo de novo.
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