Falando de Dinheiro: Cada passo importa

Falando de Dinheiro: Cada passo importa

Você já reparou como os pais e mães se tornam criaturas peculiares quando o assunto é o desenvolvimento dos filhos? Cada passo diferente é motivo de êxtase generalizado. Alguns momentos são, de fato, marcantes, né? O primeiro passo, a primeira palavra, as primeiras reações… Quase que existe um checklist do que tem de ser festejado à medida que a idade avança.

Mas, convenhamos, se você é ou tem alguma relação próxima com pais, sabe que as comemorações não param por aí, né? É quase que uma competição entre os pais mostrar que seus filhos fazem coisas diferentes (e, muitas vezes, mais impressionantes) que os outros.

Meu filho deu uma cambalhota de costas, com o olho esquerdo fechado
Ah, preciso te dizer, minha filha conseguiu esses dias assobiar enquanto chupava cana
Vou nem te dizer então o que os meus fizeram. Você acredita que eles pegaram o celular e me ligaram sozinhos? Não sei onde esses meninos vão parar não.

É um tal de querer contar vantagem, de dizer que faz mais isso do que aquilo, que as brincadeiras em casa são melhores, que a experiência que proporciona é a melhor de todas… É quase um experimento social observar esses relatos.

No fundo, os pais só querem comemorar os avanços de suas crias. Seja grande ou pequeno, é um avanço. E para quem ajuda na educação e está ali no dia a dia, um pequeno passo é uma novidade gigantesca. Acredito que essa pequena competição que se forma de maneira velada é, na verdade, só uma forma de os pais mostrarem que também têm motivo para comemorar.

Na verdade, eles não querem dizer que seus filhos são melhores (ah, certo, alguns sim), mas que também têm seus avanços.

A dinâmica com os filhos tem um quê de orgulho, mas acontece em outras áreas também. Cada um com seu motivo, cada um com seu grau de alegria. Cada comemoração é importante à sua maneira.

Isso tem muito a ver com o que conseguimos com o planejamento financeiro. Ou o motivo pelo qual fazemos um planejamento financeiro.

Esses dias, por exemplo, finalizei o processo com uma cliente que estava bem endividada. Traçamos cenários, fizemos alguns ajustes e ela seguiu com o plano de ação. Dias depois, pintou uma mensagem:

– A feira hoje foi no débito, amém!!!

Uma mensagem dessa poderia ser vista como algo corriqueiro, normal, banal. Ir à feira e pagar o que comprou no débito, com dinheiro, no pix. Algo que para muitos é do dia a dia, que fazem automaticamente, sem nem se dar conta do que aquilo representa. Para ela, foi diferente.

Para quem passou meses tendo que jogar no cartão de crédito, tendo que contar o que poderia pegar, imaginando como seria para pagar a fatura do mês seguinte, a possibilidade de pagar a feira no débito é libertadora. Não foi apenas um pagamento. Aquilo ali significou que ela tinha o dinheiro para comprar o que iria comer.

O dinheiro era dela, as compras seriam dela. E o mês seguinte não teria impacto. Isso é libertador.
Receber uma mensagem dessa gera uma satisfação muito grande. Mas o ponto aqui não é a realização profissional. É como o planejamento financeiro pode ser transformador em diferentes realidades. Para quem faz isso no dia a dia, não tem nada demais. Assim como quem tem filho velho ou não tem filho talvez nem perceba como é significativo ver uma criança pegando um biscoito na mesa sozinha.

Mas é um feito grande para quem está naquela realidade.

Por outro lado, assim como há uma minimização de algumas conquistas, há uma certa vergonha – poderia dizer até culpa – em outras realizações. A compra de um equipamento, um carro, uma viagem é grande numericamente. Talvez isso gere a sensação de culpa em quem tem um olhar social mais apurado.

Fazer uma viagem para o exterior ou pagar a feira no débito tem uma diferença muito grande numericamente. Mas, com certeza, para quem está naquele meio ali, é como cada avanço de um filho: vai ser comemorado como a maior conquista possível.

E o planejamento financeiro permite que esses avanços sejam alcançados.

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