Ex-diretora de presídio de Eunápolis tinha relacionamento amoroso com líder de facção

Joneuma Silva Neres, ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, no extremo sul da Bahia, está sendo formalmente acusada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) de não apenas facilitar a fuga de 16 detentos, mas também de manter um suposto relacionamento amoroso e sexual com um dos fugitivos dentro da unidade prisional.

O detento envolvido nas acusações é Ednaldo Pereira Souza, conhecido como “Dadá”. Ele é apontado como o chefe do Primeiro Comando de Eunápolis (PCE), uma facção criminosa que, segundo as investigações, possui ligação com o Comando Vermelho (CV).

Detalhes das Acusações e Depoimentos

A denúncia do MP-BA indica que a ex-diretora teria atendido a diversos pedidos feitos por Dadá. Um exemplo notável é a permissão para que a esposa do líder da facção entrasse no presídio sem ser submetida a revista.

Wellington Oliveira Sousa, ex-coordenador de segurança da unidade e apontado como braço direito de Joneuma, prestou depoimento revelando encontros a sós entre a ex-diretora e o traficante na sala de conferência. Segundo ele, a porta de vidro da sala era obstruída com uma folha de papel ofício para garantir a privacidade dos encontros. Wellington descreveu esses encontros como sigilosos, duradouros e que despertavam a atenção de outros servidores.

Atualmente, tanto Joneuma Silva Neres quanto Wellington Oliveira Sousa estão presos. Dadá, por sua vez, permanece foragido. A família da ex-diretora nega a existência de qualquer relacionamento amoroso entre ela e o detento.