Estudantes pressionam por tarifa zero no transporte público de Salvador

A proposta de tarifa zero para estudantes no transporte público de Salvador ganhou força durante a 47ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal, realizada nesta segunda-feira (11). Representantes de diretórios estudantis ocuparam as galerias do Plenário Cosme de Farias para cobrar a criação de um grupo de trabalho e a realização de uma audiência pública sobre o tema.

A mobilização estudantil foi inspirada em modelos já implementados em cidades como Uberlândia (MG), que garante gratuidade para alunos da educação básica até a pós-graduação. Segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), 145 municípios brasileiros oferecem algum tipo de gratuidade, parcial ou total, no transporte coletivo.

“A tarifa é muito alta. O valor de R$ 5,60 não se justifica diante da realidade da cidade e do orçamento destinado ao pagamento da dívida pública”, afirmou Ana Luíza Rocha, do Diretório Central da Universidade Católica do Salvador (Ucsal).

Os estudantes destacaram também a precariedade da estrutura do sistema de transporte e defenderam que Salvador deve seguir o exemplo de outras capitais.

Vereadores sinalizam apoio à proposta

A demanda foi formalmente entregue à Comissão de Transportes, Trânsito e Serviços Públicos Municipais, sendo recebida pelo vice-presidente do colegiado, vereador Anderson Ninho (PDT). Ele declarou apoio ao passe livre estudantil, mas defendeu diálogo sobre a origem dos recursos para viabilizar o subsídio.

A vereadora Aladilce Souza (PCdoB), líder da oposição, afirmou que o projeto já é defendido por sua bancada e citou iniciativas semelhantes do vereador Hélio Ferreira (PCdoB) e do vereador Hamilton Assis (PSOL), que já protocolaram propostas de tarifa zero para Salvador.

“Essa será uma pauta muito bem recebida e terá toda a atenção desta Casa”, garantiu Aladilce.

Tribuna Popular reforça outras demandas sociais

Durante a mesma sessão, a Tribuna Popular foi utilizada por representantes de outras causas sociais. Luana do Brasil Pedro, da Associação Quilombola das Ilhas de Salvador, cobrou requalificação de píeres, cais e melhorias na iluminação das comunidades pesqueiras.

Já Fernando Andrade, da Associação Brasileira de Gagueira, pediu apoio a um projeto que promova visibilidade e políticas públicas para pessoas com gagueira, vítimas de bullying e exclusão social.

As demandas contaram com apoio público dos vereadores Rodrigo Amaral (PSDB) e Marta Rodrigues (PT).