Estudantes baianos criam bioglitter ecológico para o Carnaval

Bahia Carnaval
Estudantes baianos criam bioglitter ecológico para o Carnaval
Foto: José Edilson

O brilho do Carnaval já toma conta da Bahia. Enquanto os foliões espalham alegria pelas ruas, um grupo de estudantes do 2º ano do curso técnico de Agroindústria do Colégio Estadual Celso Mendes de Lima, em Conde, encontrou uma forma sustentável de manter o brilho da festa sem prejudicar o meio ambiente.

Eles desenvolveram um bioglitter ecológico à base de amido de milho, oferecendo uma alternativa inovadora e consciente ao glitter convencional, que contém microplásticos e impacta os ecossistemas.

A iniciativa faz parte da política educacional da Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC), que incentiva a iniciação científica e a busca por soluções criativas para desafios ambientais. O projeto Glitter Sustentável demonstra como a educação pode transformar a sociedade ao estimular tecnologias limpas e acessíveis.

A professora de Biologia, Patrícia Mendes, explica que a ideia surgiu da preocupação com o grande volume de resíduos gerados no Carnaval, especialmente os microplásticos presentes no glitter tradicional.

“Para trabalhar essa temática e estimular o pensamento crítico dos alunos, propus uma atividade que unisse o contexto do Carnaval a práticas sustentáveis dentro da iniciação científica”, conta.

O projeto envolveu os estudantes Natiane Dantas, Wellington Santos e Gleice Lopes. Eles pesquisaram ingredientes biodegradáveis e testaram corantes naturais, como jamelão, feijão azul, hibisco e urucum. Esses pigmentos, abundantes na região, foram utilizados para criar um tingimento ecológico.

Com isso, os alunos ampliaram seus conhecimentos sobre a biodiversidade local e as possibilidades de aplicação sustentável desses recursos.

Protagonismo estudantil

O aprendizado prático trouxe uma nova perspectiva sobre os impactos ambientais e o papel da ciência na busca por soluções inovadoras.

A estudante Natiane Dantas, de 15 anos, compartilha sua experiência. “A iniciação científica desenvolve competências como pensamento crítico, criatividade e resolução de problemas. Criamos um produto natural que pode ser usado em qualquer lugar, inclusive no Carnaval. Ao substituir o glitter convencional pelo nosso bioglitter, estamos diminuindo a quantidade de microplásticos na natureza”, afirma.

Mais do que um experimento acadêmico, o projeto incentivou o protagonismo estudantil e a conscientização ambiental.

Segundo a professora Patrícia Mendes, os alunos participaram ativamente de todas as etapas, desde a formulação da base até a seleção dos pigmentos, sempre atentos ao impacto do produto na natureza.

“Foi inspirador observar o entusiasmo dos estudantes, que vestiram jalecos e se dedicaram com atenção e criatividade”, destaca.

A iniciativa reforça a importância do investimento em infraestrutura, equipamentos modernos e programas educacionais. Com esses recursos, os estudantes podem encontrar soluções inovadoras para desafios reais, utilizando a pesquisa científica como ferramenta de transformação social e desenvolvimento sustentável.

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