Especialista diz que BRT de Feira de Santana “na prática, não existe” e culpa Zé Ronaldo
Um projeto político-eleitoral que não teve como objetivo a solução da mobilidade na cidade. É essa a opinião do professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), engenheiro civil e urbanista, Alan Pimenta, sobre o BRT construído pela prefeitura feirense. Para ele, o sistema “na prática, não existe”, cumprindo apenas a função de arrematar votos para o seu idealizador, o ex-prefeito Zé Ronaldo (União Brasil), que disputa novamente o posto em 2024.
“O BRT exige faixa exclusiva e Feira de Santana não tem. Logo, não tem BRT. As intervenções realizadas foram usadas unicamente com o objetivo político, um desenvolvimento em retalhos, sem uma visão sistêmica, integrada da cidade, sem uma visão de longo prazo”, avaliou.
Morando provisoriamente em Melbourne, na Austrália, onde está concluindo o doutorado em engenharia de transportes e urbanismo, o feirense Alan Pimenta, especialista em engenharia de transporte, desde o curso de engenharia civil na UEFS tem se dedicado a estudar a mobilidade em Feira. Sobre o BRT, considera que, além de não ter sido implantado, prejudicou ainda mais a mobilidade, trazendo, entre outros efeitos, o encarecimento do sistema para os usuários.
“É uma vergonha. O que foi feito aqui nos últimos 20 anos é gravíssimo. A cidade está se aproximando de ter um trânsito tão ruim quanto Salvador em horário de pico, embora tenha uma população seis vezes menor”, afirmou o especialista, que apontou a responsabilidade de Zé Ronaldo por não fazer na cidade as mudanças que eram necessárias.
“Quando a prefeitura recebeu os quase R$ 100 milhões, era para fazer, mas Zé Ronaldo, com sua visão de melhorar a mobilidade só para os carros, não fez”, apontou o professor da UEFS.
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