Entenda os riscos das dietas radicais para compensar excessos na alimentação
Para quem se excedeu nas festas, uma dica é buscar voltar à rotina de alimentação e manter a atividade física
As festas de fim de ano vêm sempre com aquele sabor das confraternizações ao redor da mesa. E para compensar os excessos cometidos na alimentação nessa época, muitas pessoas recorrem às dietas indicadas por amigos ou que encontram na internet na tentativa de reduzir os danos na saúde ou o ganho de peso. Porém, dietas realizadas sem o acompanhamento de profissionais adequados podem ser perigosas.
Nutricionista e professora do curso de Nutrição da Universidade Salvador (UNIFACS), Deborah Leão alerta sobre os riscos das dietas de compensação. De acordo com ela, essas práticas, que envolvem restrições radicais e sem planejamento, podem levar a deficiências nutricionais importantes. “Além disso, a depender do período e como essa restrição seja feita, pode haver deficiência de nutrientes importantes. E se após essa restrição o indivíduo voltar a comer em excesso durante um bom tempo ou de forma constante, o ganho de peso pode ser ainda maior do que o perdido durante a restrição”, afirma.
Ananda Cedraz, médica nutróloga e professora do curso de Medicina da UNIFACS, lembra que dietas que reduzem certos grupos alimentares, com foco em emagrecimento efetivo e controle endócrino/metabólico, são bem estudadas e validadas pela ciência, com excelentes resultados, especialmente no curto e médio prazo, desde que sejam feitas com o acompanhamento de um especialista. “Eliminar certos tipos de alimentos que têm baixíssimo valor nutricional e alto índice de açúcar, gordura ou sal não causa déficit nutricional algum, muito pelo contrário”, lembra a especialista.
A médica nutróloga chama a atenção, também, que os ciclos de consumo exagerado causam inflamação, desordens metabólicas e endócrinas, que podem ou não ser passageiras, a depender do estado de saúde prévio e da predisposição de cada indivíduo. “Também lembro que não existem suplementos ou alimentos com capacidade de desintoxicar aquilo que foi agredido e intoxicado pelos exageros com dietas inadequadas. Isso é um processo muito mais ligado às renúncias dietéticas do que é prejudicial do que comer um alimento ‘milagroso’ para limpar o estrago feito”, frisa.
Minimizar os excessos
Para quem não conseguiu manter a dieta e acabou “metendo o pé na jaca” durante as festas de fim de ano, o melhor passo é retornar à uma rotina alimentar de maneira saudável. Isso porque os cortes extremos de calorias também significam cortes de carboidratos, proteínas, lipídeos, vitaminas e minerais, nutrientes que possuem funções importantes no organismo.
Deborah Leão chama a atenção para a importância de uma consciência corporal e alimentar, refletindo sobre se há necessidade de comer certos alimentos sempre que se reunir com familiares e amigos ou se a quantidade de comida ingerida precisa ser exagerada nessas situações. “É importante a ideia de ‘comer normal’ nas refeições fora do horário de festas, mesmo que você não siga um plano alimentar, dieta ou cardápio específico. Por exemplo, se a festa é à noite, as demais refeições podem ser mais equilibradas”, diz.
Já após os excessos, a nutricionista chama atenção para a necessidade de evitar o abandono ou pausa na prática de atividades físicas. “Segundo a lógica do balanço energético, o exercício e as práticas corporais que proporcionam o gasto calórico seriam aliados nesse controle, atuando como lazer e na busca por esse equilíbrio. E, claro, não embarcar em dietas que não sejam acompanhadas por um profissional qualificado, evitando, assim, a deficiência nutricional e outros problemas maiores”, finaliza a nutricionista.
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