Entenda como o sedentarismo impacta na reabilitação de doenças
Efeitos do sedentarismo podem provocar, dentre outras coisas, um retardo na recuperação muscular e da funcionalidade física

O Brasil é o país com maior índice de sedentarismo da América Latina, com 84% de jovens sedentários e 47% de adultos inativos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para pacientes em reabilitação e cuidados paliativos, essa falta de atividade pode comprometer a recuperação.
Fisioterapeuta especialista em neurologia da Clínica Florence Unidade Salvador, Natali Bispo lembra que o sedentarismo é um fator de risco para qualquer indivíduo e pode agravar condições clínicas. “A falta de atividade física regular pode intensificar o desenvolvimento de doenças crônicas e doenças cardiovasculares, além de aumentar o risco de mortalidade precoce”, reforça a profissional.
Pacientes em reabilitação ou cuidados paliativos são especialmente vulneráveis aos impactos do sedentarismo, que pode retardar a recuperação muscular e comprometer a funcionalidade física, contribuindo para a sarcopenia (perda progressiva de massa muscular) e a fraqueza generalizada. A fisioterapeuta cita ainda outros malefícios para esses pacientes, como: agravamento da imobilidade, intensificação da dor muscular e articular e desenvolvimento da obesidade.
Benefícios significativos
A prática de exercícios físicos oferece inúmeros benefícios para indivíduos em todas as idades. No caso de pacientes em reabilitação, Natali Bispo cita a preservação da autonomia funcional e de complicações associadas à imobilidade e a redução do risco de doenças cardiovasculares e crônicas como alguns dos principais.
A fisioterapeuta da Clínica Florence reforça ainda que é possível reverter parcialmente os efeitos do sedentarismo nos pacientes em diversos estágios de reabilitação por meio de uma abordagem estruturada e individualizada.
“A implementação de um plano de cuidados abrangente, que inclua atividades e exercícios físicos adaptados à capacidade do paciente, é fundamental para estimular uma maior movimentação ao longo do dia. É importante considerar também a inclusão de práticas de fisioterapia, treinamento de força e mobilidade, exercícios aeróbicos e atividades de alongamento, que favorecem o fortalecimento muscular, melhora da circulação e a manutenção da função respiratória”, complementa.
Para os pacientes em reabilitação, um programa progressivo e diversificado de exercícios promove avanços graduais na carga e na complexidade das atividades, respeitando as limitações do indivíduo. Esse programa deve contemplar ainda um monitoramento constante para garantir que os objetivos sejam realistas e alcançáveis e possibilitem autonomia e qualidade de vida.
O papel da família
Conforme Natali Bispo, a família tem o importante papel de estimular o paciente a participar das atividades cotidianas, além de encorajá-los na adesão das terapias físicas e na realização de tarefas simples, como se levantar para as refeições e tomar banho, celebrando, sempre que possível, as pequenas conquistas.
“A criação de um ambiente seguro e adaptado às necessidades do paciente, como a remoção de obstáculos para facilitar a mobilidade, também é crucial. A comunicação aberta entre a família e a equipe de saúde permitirá ajustes contínuos e o acompanhamento adequado das atividades propostas, garantindo que o paciente se sinta apoiado e encorajado a permanecer ativo”, finaliza a especialista.
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