Entenda como o CT do COB é fundamental para Rebeca Andrade e fase vitoriosa da ginástica artística
A campanha histórica da ginástica artística brasileira nos Jogos Olímpicos Paris 2024 tem uma base sólida a mais de nove mil quilômetros da capital francesa. No Centro de Treinamento do Comitê Olímpico do Brasil (COB), no Rio de Janeiro, a Areninha é casa do esforço diário de Rebeca Andrade e de toda a seleção feminina, sendo um dos pilares da fase vitoriosa da modalidade no país.
“Nosso CT é a base de mostrar que é possível, que as meninas podem alcançar e que tem pessoas que acreditam nelas. Vejo o quanto eu evoluí, melhorei e amadureci como atleta ali dentro. Eu me sinto honrada de poder ter esse suporte, das pessoas olharem para mim e verem que a gente precisava daquilo para que a nossa equipe continuasse crescendo, evoluindo e hoje a gente pudesse conquistar a nossa medalha. Estão sempre dispostos a fazer o melhor para a gente e as medalhas vieram”, disse Rebeca, líder técnica do bronze por equipes e ainda dona de um ouro e duas pratas em Paris.
O Centro de Treinamento da ginástica foi inaugurado em 2015 na área de aquecimento da hoje chamada Farmasi Arena, uma das estruturas do Parque Olímpico na Barra da Tijuca. Com 2.500m², possui área completa para treinamento, preparação e recuperação física, salas para reuniões, atendimentos multidisciplinares, fisioterapia, ciências do esporte, refeitório e convivência.
Os equipamentos esportivos e tecnológicos são de ponta. Há conjuntos de aparelhos das marcas Spieth e Gymnova, a que foi utilizada nos Jogos de Paris, além de alguns equipamentos Senoh e Taishan. Antes das grandes competições os sets são trocados para que as atletas possam se adaptar às particularidades de cada marca. E um sistema de revisão em vídeo permite que as atletas e a comissão técnica observem em telas os movimentos e séries logo depois de executados.
“A partir do momento em que a gente tem um CT todo equipado e com a disponibilidade de poder trocar a aparelhagem a cada ciclo olímpico, isso faz muita diferença para a evolução da ginástica. A gente pode fazer campings de treinamento, preparar treinadores, novas gerações de atletas, atletas que não sejam da seleção principal, mas que ali podem treinar nos aparelhos nos quais eles vão competir, que as vezes não têm no clube. A gente tem o CT como a nossa joia”, disse o técnico Xico Porath.
Os técnicos também trabalham em conjunto com a equipe de infraestrutura esportiva do COB para que o maior benefício possível seja extraído da aparelhagem. Gerente de Infraestrutura Esportiva do COB, Daniela Polzin explica alguns desses ajustes feitos a partir das conversas entre as áreas.
“Quando eles falam que o solo está duro ou querem flexibilizar um pouco mais, a gente busca o que pode fazer, criar uma base para proporcionar isso de forma adequada. É um trabalho em conjunto para tentar, de forma adequada, criar um setup que possa também diminuir o risco de lesões, já que as atletas treinam de forma exaustiva. A gente busca sempre colocar a melhor qualidade com o equipamento oficial tanto com a base onde eles são implantados. Em vez de fazer direto no concreto a gente tenta uma forma de diminuir o impacto”, disse Daniela.
Foto: Rafael Bello/COB
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