Eduardo Sodré classifica como inaceitável a gestão ambiental em Salvador

O secretário do Meio Ambiente do Estado da Bahia, Eduardo Mendonça Sodré Martins, manifestou indignação com o crime ambiental que motivou o indiciamento que envolve uma construtora, concessionária do Aterro Metropolitano Centro, e criticou a decisão da Prefeitura de Salvador de renovar por 20 anos o contrato com a companhia. “É inaceitável que, em plena emergência climática, a gestão municipal premie uma concessionária sob suspeita. Isso afronta a boa prática ambiental e o princípio da precaução”, disse o secretário. A renovação, sem licitação, foi estimada em cerca de R$ 2,6 bilhões, segundo relatos da imprensa.
O secretário destacou que Salvador, a primeira capital do Brasil, é reconhecida pela grandiosidade de seu casario histórico, por sua cultura vibrante e também por sua natureza inigualável. “Infelizmente, aos poucos, a Prefeitura vai transformando a cidade em um amontoado de concreto, que enfeia Salvador e reduz a qualidade de vida dos soteropolitanos. É por isso que o prefeito já é conhecido popularmente como Bruno Motosserra, destruidor do meio ambiente”, afirmou.
Sodré lembrou que a Polícia Civil indiciou a empresa por danos ambientais a partir de perícias realizadas em agosto de 2025, que apontam desmatamento em área próxima a mananciais. “O que a população percebe é que a Prefeitura relativiza o cuidado com nossos rios, com a Mata Atlântica e com as áreas de proteção”, afirmou.
Segundo o secretário, o caso “não é um ponto fora da curva”, citando outras decisões recentes do Executivo municipal contestadas pela Justiça e por órgãos de controle. Em abril e novamente em setembro de 2025, ações judiciais e recomendações do Ministério Público questionaram a venda e a desafetação de áreas verdes, incluindo a suspensão de leilões em zonas nobres da cidade, com apontamentos de risco ambiental e urbanístico.
Ele também fez críticas à proposta de alteração da Lei de Uso e Ordenamento do Solo (Louos), que recebeu recomendação do MP-BA para não ser sancionada, sob risco de impactos negativos à proteção ambiental e à participação social. “Sem conselho ambiental funcionando e com mudanças legislativas aceleradas, abre-se espaço para retrocessos”, disse. Em junho e setembro, manifestações de vereadores e entidades relataram ausência de instâncias de controle e ameaça a áreas de preservação.
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