Consciência Negra mobiliza escolas no Recôncavo Baiano

O Recôncavo Baiano está mobilizado em torno das celebrações e reflexões do Mês da Consciência Negra. As escolas estaduais da região, sob a organização do Núcleo Territorial de Educação do Recôncavo (NTE 21) e orientação da Secretaria da Educação do Estado (SEC), promovem ao longo de novembro diversas ações que reforçam a Consciência Negra e ampliam o debate sobre identidade, cultura e ancestralidade entre estudantes de diferentes faixas etárias.
As iniciativas visam fortalecer o combate ao racismo e aproximar a comunidade escolar do tema de forma profunda e prática.
Homenagem e Legado em Cachoeira
No Colégio Estadual de Cachoeira (CEC), o projeto Relíquias Negras do Recôncavo foi aberto nesta quarta-feira (19) com uma mesa de debate sobre Luiz Alberto Santos, natural de Maragogipe e um dos fundadores do Movimento Negro Unificado da Bahia.
A coordenadora de Projetos Artísticos e Culturais da SEC, Djenane Santos, filha de Luiz Alberto, destacou o simbolismo da ação. “Trazer a temática relíquias negras do Recôncavo é apresentar aos estudantes as personalidades que contribuíram com pautas essenciais para a luta antirracista. Ser filha de Luiz Alberto me fortalece enquanto mulher negra e reafirma meu compromisso com a promoção da igualdade racial”, afirmou.
A programação do CEC para o Novembro Negro inclui ainda oficinas de poesia, rodas de conversa e será encerrada com um desfile, marcado para 28 de novembro. A professora Jéssica Santana reforçou a importância de resgatar essa memória, enquanto a estudante Júlya Gomes, da 2ª série, salientou a necessidade de respeito: “É importante entender que somos seres humanos e temos que ser respeitados independentemente de qualquer coisa”.
Protagonismo e Saberes Tradicionais
As ações no Recôncavo Baiano demonstram o protagonismo estudantil na valorização da cultura afro-brasileira:
- Maragogipe: No Centro Estadual de Educação Profissional do Vale do Paraguaçu – Comunidade Quilombola, os estudantes uniram saberes tradicionais e ciência para discutir temas cruciais como a intolerância religiosa e o racismo ambiental.
- São Félix: O Colégio Estadual Rômulo Galvão realizou uma mostra artística focada no legado das lavadeiras, resgatando memórias de trabalho e resistência através de instalações e performances.
- Cabeceiras do Paraguaçu: No Distrito de Geolândia, o Colégio Estadual Albérico Gomes Santana – Anexo 1 promoveu a I Feira Preta, reunindo diversas expressões culturais no Espaço Dona Milu.
- Governador Mangabeira: O Colégio Estadual de Tempo Integral Professor Edgard Santos apresentou o projeto “Consciência Negra 2025 – Os Negros e as Negras na Produção do Conhecimento”, com foco na valorização da contribuição negra em diversas áreas do saber.
Lilia Cristina Peixoto dos Santos, diretora do NTE 21, ressaltou o impacto positivo das atividades: “O protagonismo estudantil fortalece ações que valorizam a cultura afro-brasileira e promovem igualdade. É gratificante perceber novas aprendizagens e uma consciência crítica que combate intolerância e discriminação”.



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